A desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a libertação de Vorcaro, dono do Banco Master, após a análise de um documento do Banco Central (BC) apresentado pelos advogados do empresário. O documento revela uma reunião ocorrida horas antes de Vorcaro ser preso na operação da Polícia Federal, o que foi considerado suficiente para reverter a prisão preventiva.
Documento do Banco Central destaca reunião antes da prisão de Vorcaro
O documento do BC, assinado por Paulo Sérgio Neves de Souza, chefe-adjunto do departamento de supervisão bancária, detalha uma videoconferência realizada na segunda-feira retrasada, entre 13h30 e 14h10. Segundo a descrição oficial, Vorcaro comunicou verbalmente durante a reunião, sem que houvesse registro formal, que viajaria para Dubai para tratar de investimentos estrangeiros relacionados ao Banco Master.
Reunião e justificativa da viagem
O ofício afirma que Vorcaro informou previamente ao BC sobre sua viagem, marcada para o mesmo dia da reunião. De acordo com o documento, a comunicação foi feita de forma verbal, em videoconferência, e que ele estaria em tratativas com investidores árabes. O BC esclareceu que não recebeu nenhuma correspondência escrita sobre a viagem, apenas uma comunicação verbal não registrada oficialmente.
Investigação e contextualização do caso
Vorcaro foi preso no mesmo dia, após a reunião, enquanto tentava embarcar em um jato particular para Malta. A prisão ocorreu às 22h, no aeroporto de Guarulhos, após as investigações que apontam suspeitas de desvios bilionários envolvendo o Banco Master, com a suposta fabricação de contratos para justificar desvio de R$ 12,2 bilhões.
Na decisão que determinou a liberação, a desembargadora destacou que a prova apresentada demonstra que Vorcaro comunicou previamente a sua viagem ao BC, tornando a medida de restrição excessivamente gravosa, sendo substituída por medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, retenção do passaporte e proibição de contato com investigados.
Repercussões e investigações em andamento
A decisão do TRF-1 foi fundamentada na constatação de que a reunião, embora verbal, demonstra que Vorcaro não tinha intenção de fugir, além de reforçar que o risco residual de evasão foi controlado por outras medidas menos restritivas. O BC, por sua vez, afirmou que não se manifestaria oficialmente sobre o conteúdo do documento.
Essa liberação ocorre em meio a uma crescente pressão política e investigações que envolvem o Banco Master e empresas ligadas ao empresário. Uma nova leva de investigações do BC também está prevista, ampliando o escopo do caso. Além disso, a Polícia Federal investiga uma operação bilionária do banco envolvendo fundos de pensão de estados e municípios.
Perspectivas futuras
Autoridades reforçam que as investigações continuam, com foco na apuração de possíveis desvios e irregularidades. A venda do Banco Master e a revisão de contratos serão acompanhadas de perto pelas autoridades fiscais e policiais. A defesa de Vorcaro informou que pretende colaborar com as investigações e que a liberação representa uma vitória na luta contra medidas desproporcionais.
Para mais detalhes, confira o documento do Banco Central e a reportagem completa no Globo.


