No último dia 27, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido de habeas corpus e revogou a prisão preventiva de José Roberto Nascimento dos Santos, conhecido como Nanan Premiações. O rifeiro, que respondia a processos relacionados a organizações criminosas ligadas à promoção de rifas ilegais, poderá agora se defender em liberdade, embora sob imposição de medidas cautelares.
Decisões da Justiça e medidas cautelares
Após a decisão do STJ, Nanan está proibido de exercer atividades relacionadas à promoção de sorteios ou jogos de azar, independentemente de autorização estadual. Além disso, ele não poderá usar redes sociais durante o processo. O juiz de primeira instância pode determinar a imposição de outras restrições, a fim de garantir a ordem pública e a continuidade da investigação.
Desde a sua prisão em 9 de abril, Nanan ficou detido na Cadeia Pública de Salvador, situada no Complexo da Mata Escura, e sua liberação é esperada para esta sexta-feira, dia 28.
Investigação da Operação Falsas Promessas 2
Nanan é um dos alvos da Operação Falsas Promessas 2, que investiga um esquema de organização criminosa voltado para rifas ilegais, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Em agosto, a Justiça da Bahia já havia revogado mandados de prisão contra Nanan e outros 25 suspeitos de envolvimento em práticas ilegais. Contudo, alguns deles permanecem detidos por crimes relacionados a processos passados.
Entre os envolvidos, destacam-se o influenciador digital Ramhon Dias e outros indivíduos, incluindo um policial militar. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou denúncias contra 37 pessoas por formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e promoção de jogos de azar.
A importância das medidas cautelares
A revogação das prisões e a aplicação das medidas cautelares refletem a avaliação do STJ sobre a falta de evidências de risco à ordem pública e à investigação. O tribunal entendeu que, no momento, não havia indícios que justificassem a manutenção da prisão preventiva de Nanan, embora a investigação continue.
O esquema de rifas ilegais
A Operação Falsas Promessas 2 revelou um esquema sofisticado que utilizava redes sociais para promover rifas com prêmios de alto valor. Conformando-se à denúncia, a organização manipulava os resultados, favorecendo seus integrantes e utilizando diversas empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ganhos de forma ilícita. Estima-se que o grupo tenha movimentado aproximadamente R$ 680 milhões.
Durante as investigações, a polícia apreendeu veículos de luxo, relógios, dinheiro e equipamentos eletrônicos. Além disso, foi autorizado o sequestro de bens suspeitos, totalizando mais de R$ 600 milhões.
Dois influenciadores liberados
Após a prisão de Nanan, outros suspeitos, como Alexandre Tchaca e Franklin Reis, tiveram suas prisões substituídas por medidas cautelares, o que permitiu sua liberação sob uso de tornozeleiras eletrônicas. O caso continua em andamento, com a expectativa de mais desdobramentos enquanto a Justiça e o Ministério Público investigam as profundezas deste esquema criminoso.
A repercussão deste caso assinala um importante capítulo na luta contra a lavagem de dinheiro e a exploração ilegal de jogos de azar no Brasil. A sociedade observa atentamente as decisões da Justiça, na esperança de que medidas eficazes sejam tomadas para prevenir práticas semelhantes no futuro.
O desdobrar desta história reflete as complexidade do cenário sobre as rifas ilegais e a importância de uma fiscalização rigorosa a fim de garantir a integridade das atividades de sorteio no país.


