Teresina, 1 de fevereiro de 2025
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Dólar cai pela 10ª vez consecutiva e fecha em R$ 5,83

Cotação do Dólar hoje. Foto: Diário do Povo.

O mercado financeiro brasileiro teve um dia de alívio nesta sexta-feira (31), com o dólar em queda pela 10ª sessão consecutiva e fechando no menor valor em mais de dois meses. O mercado de ações, por outro lado, registrou realização de lucros, encerrando o pregão em queda, mas acumulando sua primeira alta mensal desde agosto de 2023.

A performance do câmbio e da bolsa reflete uma combinação de fatores internos e externos, incluindo a postura do novo governo norte-americano, mudanças nas expectativas para a política monetária brasileira e a volatilidade das commodities no mercado global.


Dólar recua e fecha janeiro com maior queda mensal desde junho de 2023

O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,83, com queda de 0,25% no dia e de 5,54% no acumulado de janeiro. Esse é o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando a moeda norte-americana caiu 5,60%.

A moeda chegou a operar em alta durante a abertura dos mercados, atingindo R$ 5,87, mas reverteu o movimento após a abertura das bolsas nos Estados Unidos. A mínima do dia foi registrada por volta das 11h, quando o dólar chegou a R$ 5,81.

A queda do dólar ocorre na contramão do mercado internacional, onde incertezas políticas e tarifárias impulsionaram a busca por ativos de proteção. Nos Estados Unidos, o novo presidente Donald Trump confirmou a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 10% sobre produtos chineses. Apesar disso, a moeda norte-americana perdeu força no Brasil devido ao fluxo positivo de capital estrangeiro para a bolsa e à expectativa de manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo.


Ibovespa recua após forte alta, mas acumula ganhos em janeiro

O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 0,61% nesta sexta-feira, encerrando o dia aos 126.135 pontos. O movimento foi influenciado por realização de lucros, após a forte valorização do pregão anterior. Investidores aproveitaram a alta recente para vender ações de mineradoras e bancos, embolsando os ganhos acumulados ao longo da semana.

Apesar da leve queda no dia, a bolsa brasileira fechou em alta de 4,95% no acumulado de janeiro e 3,1% na semana, registrando o primeiro mês positivo desde agosto de 2023.

Os papéis do setor financeiro e de commodities tiveram oscilações relevantes, refletindo tanto o desempenho externo quanto ajustes internos. Ações de bancos como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) tiveram quedas moderadas, enquanto Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuaram após avanços expressivos no início da semana.


Fatores que influenciaram o mercado


A entrada de investidores estrangeiros no mercado brasileiro tem ajudado a impulsionar o real, reduzindo a pressão sobre o câmbio. A busca por ativos em países emergentes também reflete as expectativas sobre a política monetária global.

A visão de que o Banco Central do Brasil pode manter os juros elevados por mais tempo aumenta a atratividade dos investimentos locais, estimulando a entrada de dólares no país. A taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano, e há dúvidas sobre o ritmo dos cortes nas próximas reuniões do Copom.

Incertezas nos EUA e medidas protecionistas
A confirmação das tarifas impostas por Donald Trump ao comércio internacional gerou cautela no mercado global. A taxação sobre importações do México, Canadá e China pode afetar cadeias produtivas e gerar pressões inflacionárias, elevando os riscos econômicos nos Estados Unidos.

No entanto, o real não seguiu a tendência global de valorização do dólar, em parte devido à entrada de capital para ativos brasileiros e à queda do risco-país.

Oscilação no mercado de commodities
O desempenho de empresas ligadas a commodities, como minério de ferro e petróleo, também influenciou a bolsa brasileira. Os preços internacionais do minério de ferro registraram queda, impactando ações da Vale, enquanto os papéis da Petrobras acompanharam a volatilidade do petróleo no mercado externo.


O que esperar para os próximos dias?

O mercado brasileiro seguirá atento a diversos fatores que podem impactar a trajetória do dólar e da bolsa nas próximas semanas:

Política monetária no Brasil e nos EUA – Expectativas sobre o próximo corte na Selic e sobre os juros do Federal Reserve (Fed) serão determinantes para o fluxo de investimentos.

Impactos das tarifas dos EUA – O mercado acompanhará reações do México, Canadá e China às medidas protecionistas de Trump.

Dados de inflação e atividade econômica – Indicadores como o IPCA no Brasil e o Payroll nos EUA podem trazer volatilidade para os ativos.

Commodities – O comportamento dos preços do petróleo e do minério de ferro impactará diretamente ações da Petrobras e Vale, influenciando o Ibovespa.


A queda consecutiva do dólar e a recuperação da bolsa indicam um cenário de maior otimismo para o mercado financeiro brasileiro no início de 2024. No entanto, fatores externos, como a política econômica dos EUA e a volatilidade global, seguem como desafios para os investidores.

Com um cenário ainda incerto, os próximos meses serão decisivos para definir a tendência do mercado e a trajetória do real frente ao dólar. O desempenho da economia brasileira e as decisões do Banco Central serão fatores-chave para manter o fluxo positivo de investimentos e a estabilidade do câmbio.

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