Teresina, 31 de janeiro de 2025
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Ex-presidente do IBGE critica falta de investimentos e alerta para risco de crise institucional

Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, fez duras críticas à atual gestão do instituto e ao governo federal. Segundo ele, a crise enfrentada pelo órgão é resultado do desinteresse do governo, da falta de financiamento adequado e da tentativa de criação de estruturas paralelas que enfraquecem o instituto.
Paulo Rabello, ex-presidente do IBGE. Foto: Reprodução

O ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, criticou duramente a atual gestão do órgão e a falta de prioridade do governo federal em relação às estatísticas e geoinformações no Brasil. Em entrevista à CNN Brasil, ele alertou para os riscos que a falta de financiamento e a criação de estruturas paralelas podem trazer para a produção de dados estratégicos no país.

Rabello afirmou que o IBGE enfrenta uma crise gerada pelo desinteresse do governo, destacando que a instituição tem sofrido com a redução de verbas, dificuldades para renovar o quadro técnico e ausência de planejamento para pesquisas estruturantes.

“O IBGE está sofrendo uma crise que é produzida pelo relativo desinteresse da estrutura central do governo em relação às estatísticas e à geoinformação do país. Se os dirigentes são um bando de falastrões, que já não têm muito interesse e às vezes nem sabem direito o que o IBGE faz, pior ainda quando o instituto passa a não ser devidamente priorizado com verbas”, declarou.

Falta de investimentos compromete atuação do IBGE

Paulo Rabello destacou que a falta de financiamento adequado compromete a autonomia do IBGE e pode levar à necessidade de buscar recursos no setor privado, o que, segundo ele, coloca em risco a independência do órgão.

“O IBGE deveria ter financiamento direto para pesquisas, sem necessidade de ficar passando o pires junto ao setor privado”, criticou.

Ele sugeriu que o Congresso Nacional deveria criar um marco regulatório para estatísticas e geoinformação, garantindo que o IBGE seja tratado como uma instituição de Estado, blindada contra influências políticas e garantindo sua capacidade de produzir dados estratégicos de forma confiável.

Interferência política e criação de estruturas paralelas

Outro ponto abordado por Rabello foi a tentativa do governo de criar estruturas paralelas ao IBGE, algo que, segundo ele, fragmenta o sistema estatístico brasileiro e prejudica a confiabilidade das informações.

“Seria como se eu quisesse criar, de repente, um Banco Central 2. Isso não faz sentido”, criticou o economista, ao comentar iniciativas dentro do governo para coletar e divulgar dados por órgãos diferentes do IBGE.

Ele também alertou que a ausência de um planejamento de longo prazo está comprometendo pesquisas essenciais, como o Censo Agropecuário, que já deveria estar sendo planejado para a próxima edição.

Para Paulo Rabello, crise do IBGE reflete crise do país

Para o ex-presidente do IBGE, a crise enfrentada pelo instituto não é isolada, mas reflete uma crise maior do próprio Brasil, que estaria sem um rumo claro devido à falta de planejamento e à desvalorização da produção de dados confiáveis.

“Fica-se discutindo uma crise teórica do IBGE, quando, na verdade, estamos vivendo uma crise real de um país que perdeu o rumo”, afirmou.

A entrevista completa pode ser assistida no canal da CNN Brasil no YouTube.

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