O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que considera “totalmente factível” um processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda este ano. Segundo o parlamentar, a popularidade do governo está em queda e uma eventual crise econômica pode acelerar o movimento para a destituição do chefe do Executivo.
Durante a entrevista ao programa Live CNN, Eduardo Bolsonaro comparou o atual momento político e econômico com os impeachments de Fernando Collor (1992) e Dilma Rousseff (2016). Para ele, em ambos os casos, o desgaste político e a crise econômica foram determinantes para o afastamento dos presidentes.
“O governo Lula não vive um bom momento. Nas duas oportunidades em que tivemos impeachment no Brasil – com Collor e Dilma –, houve uma combinação de crise econômica e baixa popularidade. Como eu entendo que o Brasil está indo ladeira abaixo na parte econômica, acredito que este ano o impeachment de Lula pode se tornar uma realidade”, declarou.
Cenário econômico e impacto político
O deputado também destacou que o aumento do dólar, somado ao impacto da inflação sobre alimentos e outros produtos essenciais, pode acentuar o desgaste do governo nos próximos meses. A percepção de uma piora na economia, segundo ele, pode levar a população às ruas, impulsionando um movimento pró-impeachment.
Congresso e viabilidade do impeachment
Sobre o trâmite político de um eventual processo de destituição, Eduardo Bolsonaro reconheceu que o presidente da Câmara dos Deputados tem um papel-chave ao decidir se aceita ou não um pedido de impeachment. No entanto, ele argumentou que a pressão popular pode alterar o cenário dentro do Congresso.
“Todo impeachment, quando começa a ser debatido, os presidentes da Câmara sempre dizem que não vão colocá-lo adiante. Mas aí vem a pressão popular, com a população nas ruas. Já há uma manifestação nacional marcada para março, a exemplo do que ocorreu com Dilma Rousseff. Essa pressão pode fazer com que o presidente da Casa desengavete um pedido de impeachment”, afirmou.
Ele também ressaltou que alguns partidos do Centrão estão se movendo para a direita, o que pode facilitar um ambiente mais propício para a abertura de um processo de destituição contra Lula.
Mobilização popular como fator decisivo
Eduardo Bolsonaro enfatizou a importância das manifestações de rua e disse acreditar que a insatisfação popular pode se tornar um motor para o impeachment. Ele lembrou que, em 2016, os protestos massivos contra Dilma Rousseff forçaram o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a aceitar a denúncia contra a ex-presidente.
“A pressão das ruas foi determinante para o impeachment de Dilma. Agora, com o agravamento da situação econômica, a população pode se mobilizar da mesma forma, aumentando a pressão sobre o Congresso”, afirmou.
Estratégia da oposição
As declarações de Eduardo Bolsonaro mostram que a oposição busca explorar o descontentamento popular e possíveis dificuldades econômicas para pressionar pela abertura de um processo de impeachment contra Lula. Embora o atual presidente da Câmara tenha controle sobre a pauta, o deputado acredita que a dinâmica política pode mudar com a intensificação dos protestos e o reposicionamento de partidos no Congresso.
Nos bastidores, lideranças da oposição avaliam que o desgaste do governo pode criar condições para um processo semelhante ao de 2016, embora reconheçam que, no momento, não há votos suficientes no Congresso para aprovar um impeachment. Entretanto, a estratégia será manter o tema em evidência e ampliar a insatisfação popular ao longo do ano.
A entrevista completa pode ser assistida no canal da CNN Brasil no YouTube.