No dia 25 de novembro, a Secretaria para a Economia da Santa Sé divulgou o Balanço Consolidado de 2024, que traz a notícia esperada de um superávit de 1,6 milhão de euros. Este resultado surpreende e indica uma recuperação significativa em comparação ao déficit de 51,2 milhões de euros registrado no ano anterior, trazendo um novo panorama financeiro para a entidade e para a sua gestão futura.
Um passo em direção à sustentabilidade financeira
O relatório enfatiza uma melhora clara nas finanças da Santa Sé, embora reconheça que a plena sustentabilidade financeira é um objetivo que ainda deve ser trabalhado a longo prazo. Com a redução do déficit que caiu quase 50%, de 83 milhões para 44 milhões de euros, a expectativa é positiva. Essa recuperação foi impulsionada por um aumento nas receitas de 79 milhões de euros, fruto, principalmente, de doações e gestões na área da saúde, além de um rigoroso controle de despesas.
O desempenho financeiro global foi ainda mais promissor, com resultados ativos de 46 milhões de euros que superaram os níveis anteriores a 2023. Isso foi possível devido à atuação do Comitê de Investimentos, que começou suas atividades neste ano, proporcionando ganhos de capital significativos.
Importância da prudência nas interpretações
Ainda que os números sejam encorajadores, o prefeito da Secretaria para a Economia, Maximino Caballero Ledo, ressalta a necessidade de cautela ao interpretar esses dados. Excluindo as instituições hospitalares, a Santa Sé encerrou com um superávit de 18,7 milhões de euros. Essa melhora deve ser vista como temporária, uma vez que depende de aumentos das doações e de uma contabilidade específica ligada a vendas de investimentos históricos. Portanto, esse progresso deve ser ratificado nos anos vindouros.
Recursos destinados à missão apostólica
No que diz respeito às despesas, o relatório revela que os 393,29 milhões de euros alocados para a missão apostólica e fundos pontifícios refletem bem a atuação da Santa Sé ao redor do mundo. A maior parte desse montante, aproximadamente 83%, é direcionada a cinco setores prioritários. O destaque vai para o apoio a Igrejas locais em dificuldades, que consome 37% do total (146,40 milhões de euros).
As principais áreas de gasto incluem o culto e evangelização (14%), a comunicação da mensagem (12%), a presença através das Nunciaturas Apostólicas (10%) e serviços de caridade (10%). O remanescente de 17% é designado para outras atividades que envolvem a Organização da Vida Eclesial, a preservação de bens históricos e Instituições Acadêmicas.
Perspectivas para o futuro
Com o anúncio deste balanço, a Secretaria para a Economia da Santa Sé espera que a recuperação financeira possa estabelecer bases sólidas e confiáveis para o futuro. A melhoria nas finanças é um passo importante; no entanto, o foco continuará a ser a prudência e a responsabilidade, que são essenciais em tempos de incerteza econômica global. A transparência nos gastos e a eficiência na administração dos recursos foram ressaltadas como prioridades para o próximo período.
A Santa Sé se posiciona, portanto, com uma visão otimista, mas cuidadosa, em relação aos seus desafios e oportunidades futuros. A mensagem que fica é de que os esforços conjuntos e uma gestão financeira criteriosa poderão não apenas consolidar os avanços já obtidos, mas também garantir a continuidade das operações em benefício das comunidades ao redor do mundo.
Para mais detalhes sobre o Balanço Consolidado da Santa Sé e as estratégias da Secretaria para a Economia, você pode acessar o relatório completo aqui.


