As ligações do enviado especial dos Estados Unidos para missões de paz, Steve Witkoff, com a Rússia estão sendo questionadas após uma reportagem da Bloomberg revelar supostas conversas em que ele aconselhava altos diplomatas russos a influenciar o presidente Donald Trump, em meio às negociações de paz na Ucrânia.
Implicações das conversas de Witkoff com diplomatas russos
Conforme o relato obtido pela TIME, Witkoff teria sugerido ao conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, que Putin deveria ligar para Trump antes do encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, marcado para 17 de outubro de 2025. Durante essa conversa, Witkoff recomendou que Putin “congratular” Trump e o flatter como “homem de paz” para favorecer o andamento das negociações.
O relato indica ainda que Witkoff sugeriu evitar detalhes difíceis e focar em mensagens otimistas, acreditando que isso daria espaço ao Kremlin para negociar com mais liberdade. A repercussão desse conselho ficou evidenciada na leitura de uma ligação do dia 16 de outubro, na qual Putin teria iniciado parabenizando Trump pelas ações na Faixa de Gaza, conforme relatório do Kremlin.
Influência na proposta de paz para a Ucrânia
Algumas semanas depois, o governo dos EUA apresentou uma proposta de paz de 28 pontos para a Ucrânia, que, segundo análises, foi amplamente influenciada pelo documento que Witkoff teria elaborado, favorecendo os interesses russos. Especialistas ressaltam que a medida demonstra uma possível inclinação do diplomata pelos interesses de Moscou, o que gerou críticas de opositores políticos nos EUA.
Reações e controvérsias
Críticos, como o deputado republicano Don Bacon, questionam a lealdade de Witkoff, considerando que suas ligações indicam uma provável preferência pela Rússia. “Ele não pode liderar negociações com essa afinidade”, declarou Bacon, pedindo sua demissão.
Por outro lado, o presidente Trump manteve a confiança no diplomata, reiterando que Witkoff está encarregado de resolver detalhes importantes para alcançar um acordo de paz.
Perspectivas futuras
A investigação sobre as ligações de Witkoff com a Rússia ainda está em andamento, e analistas alertam para possíveis implicações na política externa americana, sobretudo em relação ao papel de influenciadores na condução de negociações de paz em conflitos internacionais.
