Brasil, 25 de novembro de 2025
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Família Bolsonaro não consegue ressuscitar discussão sobre anistia

A falta de apoio social à prisão de Jair Bolsonaro dificulta a discussão sobre anistia e novas penas para o ex-presidente.

A recente prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou uma expectativa na família do político e seus aliados sobre a possibilidade de uma nova discussão sobre anistia. No entanto, a ausência de comoção social e suporte significativo ao clamor por sua libertação tem tornado essa ideia cada vez mais improvável. Nas últimas semanas, figuras importantes da política brasileira, especialmente no Congresso, têm demonstrado que a pauta da anistia não deve avançar, mesmo diante das tentativas da família Bolsonaro de ressuscitar o tema.

Reação do Congresso à prisão de Bolsonaro

Hugo Motta, um dos membros proeminentes do Centrão, recente celebrador da aprovação de um projeto de lei que endurece as penas para crime organizado, destacou que não pretende se envolver em um embate entre os radicalistas da oposição e o governo. Para Motta, questões como a nova dosimetria das penas propostas para Bolsonaro não geram unidade entre os parlamentares e, portanto, são vistas com ceticismo.

Com o encerramento do ano legislativo se aproximando, as atenções estão voltadas para matérias essenciais, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento de 2026. Em meio a essa pressão, a ideia de transformar o Congresso em uma arena de disputas em torno de uma possível anistia para Bolsonaro parece ser uma prioridade baixa para a maioria dos líderes. O clima pesado é acentuado por imagens que circularam da tornozeleira eletrônica do ex-presidente danificada, levando muitos a questionarem sua responsabilidade e sua credibilidade.

O silêncio dos aliados e as consequências para Bolsonaro

Além disso, o silêncio de vários membros da direita brasileira desde a revelação de que Bolsonaro tentara danificar seu dispositivo de monitoramento reforçou a percepção de que uma contínua batalha contra o STF traria mais problemas do que soluções. Com as eleições de 2024 se aproximando, muitos parlamentares estão cada vez mais preocupados com a imagem pública e a necessidade de se distanciar de uma figura envolta em controvérsias.

Nenhum dos principais líderes, incluindo Davi Alcolumbre, presidente do Senado, parece disposto a se envolver em discussões que possam arranhar ainda mais o já complicado relacionamento entre o Executivo e o Judiciário. Durante um encontro recente com Edson Fachin, presidente do STF, Alcolumbre enfatizou a importância do diálogo entre os Poderes, um indício claro de que o foco deve ser na governabilidade e estabilidade, e não em disputas pessoais ou políticas em torno da figura de Bolsonaro.

A busca por um candidato da direita sem ligação com Bolsonaro

Com a percepção de que o vínculo entre os políticos do Centrão e Bolsonaro pode ser prejudicial nas próximas eleições, cresce entre os aliados a pressão para definir um candidato à presidência que não tenha o sobrenome Bolsonaro. Essa mudança de foco pode refletir uma estratégia dos partidos da direita que buscam reconstruir sua imagem e se reposicionar no cenário político nacional, especialmente em um contexto onde a figura de Jair Bolsonaro não é mais vista como uma âncora segura.

Em resumo, a tentativa da família Bolsonaro de ressuscitar um clima em torno da anistia parece estar fadada ao fracasso, dada a falta de engajamento e suporte social após a prisão do ex-presidente. O Congresso se volta para questões mais prementes, e as chances de uma nova análise sobre anistia ou mudanças nas penas parecem escassas. O próximo ano eleitoral exigirá, portanto, um novo plano de ação da direita, longe da sombra de um ex-presidente em queda.

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