O diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, declarou nesta terça-feira (25/11) que a autoridade monetária deve iniciar um ciclo de redução de juros nos próximos meses. A afirmação foi feita durante evento organizado pela Eurofinance, em São Paulo.
Expectativa de corte de juros ocorre se cenários evoluírem favoravelmente
Segundo Nilton David, se a condução da política monetária for bem-sucedida, o cenário atual não aponta para aumentos na taxa de juros. “A questão é só quando”, afirmou, ressaltando que o BC vem aguardando a consolidação de dados que possam indicar a direção mais favorável para o país.
Ele explicou que os agentes financeiros estão ansiosos para planejar seus investimentos de médio e longo prazo com base nas sinalizações do BC, mas o momento de alterar a política depende de uma convergência de fatores externos e internos.
Estabilidade da Selic e cenário atual
No último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão considerou a necessidade de ancorar as expectativas de inflação e o cenário econômico em moderação.
Na comunicação oficial, o BC destacou que a economia vem desacelerando, enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência, fatores que indicam uma possível estabilização da taxa por um “período prolongado”.
Disposição do BC em agir diante de novas condições
Nilton David afirmou que, caso o cenário econômico se torne mais desafiador, o Banco Central estará pronto para adotar as medidas necessárias para cumprir a meta de inflação de 3%, com tolerância de 1,5%. Atualmente, a inflação de 12 meses até outubro, de 4,68%, está próxima do limite superior dessa meta, de 4,5%, segundo o IBGE.
Ele ressaltou que o BC monitora de perto os indicadores econômicos e que sua política será ajustada conforme a necessidade para manter a inflação sob controle e as expectativas ancoradas no horizonte.
Desafios externos e o papel das políticas monetárias
Apesar da estabilidade atual, o cenário externo permanece desafio, com volatilidades no mercado internacional e incertezas globais. Nilton David destacou que o momento exige cautela, mas também flexibilidade do BC para responder às mudanças econômicas.
O diretor reforçou a importância de os agentes econômicos planejar seus investimentos considerando a possibilidade de cortes futuros na taxa de juros assim que os dados corroborarem a necessidade de estímulo à economia.
Mais detalhes sobre o posicionamento do Banco Central podem ser acompanhados na fonte oficial.


