Brasil, 25 de novembro de 2025
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Contas externas de outubro mostram superávit e entrada de investimentos

Dados de outubro reforçam o bom momento das contas externas, com superávit maior e fluxo de investimentos, apesar de déficit ainda em alta

De acordo com informações do Banco Central, o déficit em transações correntes do Brasil atingiu US$ 5,121 bilhões em outubro, valor inferior ao registrado no mesmo mês de 2024, que foi de US$ 7,387 bilhões. Analistas como Sérgio Goldenstein, sócio-fundador da Eytse Estratégia, e Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime, destacam o comportamento positivo dos números, apesar do déficit ainda apresentar trajetória de alta.

Impacto do saldo comercial e fluxo de investimentos

Goldenstein aponta que, embora o superávit comercial de outubro tenha sido forte, de US$ 6,2 bilhões, o saldo das transações externas ainda evidencia desafios. Foram registrados ingresso de US$ 10,9 bilhões em investimentos diretos no Brasil e entradas líquidas em carteira de US$ 3,2 bilhões. “O financiamento externo se mostra confortável, sustentado pelo forte fluxo de investimentos”, ressalta o especialista.

Déficit em alta e fatores que influenciam as contas externas

O aumento do déficit e a trajetória futura

Goldenstein alerta que, apesar do bom resultado de outubro, o déficit acumulado em 12 meses atingiu 3,48% do PIB, contra 2,57% de 2024 e 1,34% de 2023. O crescimento do déficit reflete a piora de US$ 10,1 bilhões no saldo comercial, motivada pela expansão mais vigorosa das importações (6,5%) em relação às exportações (1,7%). A demanda doméstica aquecida é a principal responsável por esse cenário.

Perspectivas para o curto prazo

Segundo Goldenstein, as melhorias nas contas externas dependem do comportamento da economia global, da política econômica interna e do câmbio. “A desaceleração da economia, consequência da política monetária contracionista, deve contribuir para diminuir o déficit, mas isso não garante uma melhora significativa das contas externas”, avalia. Kawauti complementa, destacando que o déficit deve permanecer próximo de 3,5% a 3,6% do PIB até o final do ano.

Fatores de risco e cenário futuro

A especialista da Lifetime aponta que o cenário fiscal, a volatilidade do dólar e as incertezas políticas internas e externas influenciam diretamente os fluxos de capitais para o Brasil. “Caso haja um fortalecimento da oposição nas eleições, é possível que os fluxos para o país aumentem de forma significativa”, avalia Kawauti. Além disso, ela destaca a importância do volume de remessas de lucros e dividendos, particularmente em dezembro, para entender o cenário de contas externas.

Contexto político e desafios internos

Marcela Kawauti observa que não há sinais de mudanças profundas nas contas externas em curto prazo, mesmo diante do momento político conturbado. Ela reforça que a incerteza na economia dos Estados Unidos e o cenário doméstico podem alterar o panorama financeiro. Kawauti afirma que, em um quadro geral, o déficit deve se manter em patamares próximos aos atuais, o que é considerado positivo diante dos desafios enfrentados pelo Brasil atualmente.

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