Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Eleições 2026: Zema defende Bolsonaro e alerta para falta de unidade na direita

“Não há, segundo as próprias pesquisas, nenhum nome que supere o dele com chances de ganhar da esquerda”, declarou Zema.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta terça-feira (28) que, apesar de estar inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua sendo o nome mais forte da direita para as eleições presidenciais de 2026. Segundo ele, não há hoje outro candidato com chances reais de derrotar a esquerda.

“Não há, segundo as próprias pesquisas, nenhum nome que supere o dele com chances de ganhar da esquerda”, declarou Zema em entrevista ao canal do jornalista Claudio Dantas, no YouTube.

A declaração de Zema reforça o dilema vivido pelo campo conservador no Brasil. Com Bolsonaro condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e proibido de disputar eleições até 2030, a direita enfrenta dificuldades para encontrar um substituto de peso para a próxima corrida presidencial.

Defesa da reversão da inelegibilidade

Na entrevista, o governador mineiro defendeu que Bolsonaro tente reverter sua inelegibilidade. “Eu espero que ele vença essa batalha”, afirmou, referindo-se ao esforço jurídico para anular as condenações que impedem o ex-presidente de concorrer.

Zema também destacou a falta de coesão no campo da direita e avaliou como improvável a construção de uma candidatura única caso Bolsonaro continue fora da disputa. Segundo ele, divergências partidárias e questões de ego dificultam uma aliança sólida. “Mas que se tente, pelo menos, que se trabalhe e que ele [Jair Bolsonaro] também venha a apoiar”, ponderou.

Indefinição trava articulações

O governador de Minas já havia feito uma análise semelhante em entrevista ao jornal O Globo na semana passada. Na ocasião, afirmou que a incerteza sobre o futuro político de Bolsonaro atrasa os esforços para consolidar uma candidatura forte à direita.

“Essa indefinição sobre ele ser ou não candidato, com toda certeza acaba postergando essa decisão e o trabalho que já poderia estar acontecendo”, disse.

Além disso, Zema enfatizou que sua prioridade nas eleições de 2026 será a sucessão do governo mineiro. Ele já manifestou apoio ao vice-governador Matheus Simões (Novo) como seu candidato ao comando do estado.

Bolsonaro reafirma liderança na direita

As declarações de Zema estão alinhadas com o próprio discurso de Jair Bolsonaro. Em outubro de 2024, o ex-presidente afirmou que não existe uma direita política consolidada no Brasil sem ele. Segundo Bolsonaro, nenhum outro nome consegue se conectar com a população como ele faz.

“Já tentaram várias vezes e não conseguiram. Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto num bate-papo?”, ironizou o ex-presidente, minimizando a força de outros possíveis candidatos.

Outros nomes na disputa

Apesar do domínio de Bolsonaro sobre a base conservadora, outros políticos são cogitados para a disputa presidencial em 2026. Entre os principais nomes estão:

  • Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Atual governador de São Paulo, é visto como uma alternativa viável, mas não confirma interesse na disputa.
  • Ronaldo Caiado (União Brasil) – Governador de Goiás, enfrenta um processo na Justiça Eleitoral que pode torná-lo inelegível.
  • Romeu Zema (Novo) – Embora tenha se posicionado como um aliado de Bolsonaro, seu nome é especulado como possível candidato.
  • Pablo Marçal (PRTB) – Empresário e influenciador digital, já anunciou intenção de concorrer, mas também pode ficar inelegível.
  • Gusttavo Lima – O cantor sertanejo tem sido citado como uma opção simbólica para atrair eleitores conservadores, embora nunca tenha disputado um cargo público.

A falta de consenso sobre um nome único preocupa aliados de Bolsonaro, que defendem a construção de um plano alternativo caso a reversão da inelegibilidade não aconteça.

Cenário incerto para 2026

As eleições presidenciais de 2026 devem marcar mais um embate polarizado entre direita e esquerda no Brasil. Enquanto o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca fortalecer seu governo e um sucessor natural, a direita segue sem um nome consolidado para enfrentar a disputa.

Se Bolsonaro permanecer inelegível, o desafio será unificar o campo conservador em torno de um candidato competitivo. Caso contrário, a divisão interna pode enfraquecer as chances da direita no pleito.

A um pouco menos de três anos da eleição, o futuro da disputa presidencial ainda depende de decisões judiciais, articulações políticas e da capacidade dos grupos de direita de se organizarem diante de um cenário incerto.

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