Brasil, 25 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Abolha da inteligência artificial: sinais, riscos e impacto econômico

Especialistas analisam os sinais de bolha na IA, riscos de estouro e possíveis consequências econômicas dessa vasta bolha antecipada.

O entusiasmo pelo avanço da inteligência artificial (IA) tem gerado uma forte valorização de empresas do setor, levando muitos a questionar se esse movimento representa uma bolha semelhante às anteriores na história financeira. Desde as declarações de Sam Altman, CEO da OpenAI, até as avaliações recordes de empresas como Nvidia, o mercado demonstra sinais de uma euforia que pode estar distorcendo a realidade econômica.

1. Como identificar sinais de uma bolha na IA

Segundo o economista Charles Kindleberger, as bolhas ocorrem quando há uma elevação prolongada dos preços até que, inevitavelmente, acontece uma implosão. Recentemente, esse fenômeno pode ser observado na alta exorbitante das ações de empresas de tecnologia, impulsionada pelo lançamento de produtos de IA, como o ChatGPT. Um relatório do Goldman Sachs estima que o valor de empresas relacionadas à IA aumentou mais de US$ 19 trilhões em três anos, indicando uma valorização que pode estar além do que os fundamentos justificam.

Além disso, companhias como Nvidia atingiram US$ 5 trilhões de valor de mercado em outubro, mais do que o dobro do PIB do Brasil, o que levanta dúvidas sobre se esses valores refletem o real potencial de geração de valor. Analistas argumentam que esses patamares podem já estar precificados, o que configura um risco de correção com potencial impacto na economia global.

2. Raízes da euforia na corrida pela IA

Um dos principais motivos para a euforia atual é o volume de investimentos em tecnologia e financiamento de dívidas por gigantes do setor, como Meta, Google e Oracle. Entre setembro e outubro, essas empresas emitiram cerca de US$ 75 bilhões em financiamentos, com previsões de que o investimento em IA possa atingir US$ 500 bilhões em 2026. Porém, essa alta dívida é alimentada por operações de “negócios circulares”, em que as próprias empresas financiam a demanda por seus produtos, aumentando o risco de instabilidade.

Enquanto alguns especialistas defendem que esses valores representam um esforço necessário para construir infraestrutura de ponta, outros alertam que essa dinâmica pode inflar uma bolha financeira. Ainda assim, os resultados recentes das big techs, com lucros elevados, reforçam a tese de que, por ora, o mercado mantém uma justificativa razoável para a valorização.

3. E se a bolha estourar?

Prever exatamente quando uma bolha estoura é complicado, e seu impacto pode variar. Em casos extremos, como o crash de 1929 ou de 2007, as consequências envolveram recessões profundas e crises financeiras globais. Um relatório do Banco da Inglaterra, por exemplo, alertou para a alta concentração no mercado de ações, uma possível gatilho para uma instabilidade maior no cenário financeiro.

No caso da IA, especialistas como Pierre-Olivier Gourinchas, do FMI, argumentam que o fato de a tecnologia ainda estar em fase inicial e não estar fortemente endividada pode limitar os efeitos de uma eventual correção. Ainda assim, a falta de clareza sobre o real valor econômico gerado pelas empresas de IA torna difícil prever se o estouro provocará uma crise de grande escala.

Para William Quinn e John Turner, autores de “Boom and Bust”, as bolhas mais destrutivas são aquelas cuja cadeia de riqueza está altamente entrelaçada com o sistema econômico. Por isso, o risco de uma crise sistêmica na área de IA ainda é tema de debate, sobretudo na ausência de sinais claros de um colapso iminente. A atenção, porém, deve permanecer constante, pois o descontrole de uma bolha pode provocar impactos globais significativos.

Para compreender mais sobre o tema, acesse o artigo completo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes