Nesta segunda-feira (24), o vereador Carlos Bolsonaro (PL) fez declarações significativas acerca da situação política de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma entrevista ao canal de televisão CNN Brasil, Carlos revelou que seu pai não deve antecipar decisões sobre a disputa presidencial de 2026, mesmo diante da pressão para designar possíveis candidatos e entregar o “espólio” político. Essa postura reflete não apenas a estratégia política da família, mas também um contexto familiar e emocional que envolve a figura do ex-presidente.
A relação entre pai e filho na política brasileira
Carlos Bolsonaro, que já se prepara para uma possível candidatura ao Senado por Santa Catarina nas próximas eleições, enfatizou a importância de manter uma conversa franca com o pai. “Sempre irei me encontrar com meu pai para um bate-papo como filho”, declarou o vereador, ressaltando que questões políticas devem ser discutidas com seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo Carlos, Flávio possui um “acesso político muito mais maduro” para lidar com a relação com Jair Bolsonaro, destacando uma divisão clara de papéis dentro da família.
Pressões e dificuldades de acesso ao ex-presidente
Em meio a essas declarações, Carlos também expressou suas preocupações em relação ao acesso restrito ao ex-presidente, que, segundo ele, tem sido limitado por questões externas. “Não permitem mais a gente ter acesso a ele. Acredito que seja um caso crescente de pressão para que, de alguma maneira, ele abra mão do seu capital político”, afirmou. Essas palavras refletem um clima tenso não apenas dentro da família, mas também no cenário político mais amplo, onde as acusações e as pressões parecem estar cada vez mais intensas.
Ao falar sobre o legado político de seu pai, Carlos disse que não é uma opção “trair o povo” ao passar o legado para candidatos que não estejam alinhados com os propósitos de Jair Bolsonaro. Ele manifestou confiança de que, apesar das adversidades atuais, seu pai ainda poderá concorrer à presidência em 2026, afirmando “acreditar até o fim que a Justiça será feita”. Essa crença se destaca em um momento onde o ex-presidente se encontra inelegível e prestes a cumprir pena, criando um paradoxo entre a realidade política e as esperanças da família.
Crítica à divulgação de informações sigilosas
Um outro ponto tocado por Carlos Bolsonaro na entrevista foi a crítica à divulgação de um vídeo que mostra a tornozeleira eletrônica do ex-presidente com marcas de queimadura. Ele acusou a mídia de desrespeitar a privacidade do seu pai, aludindo a um vazar que considerou ilegal e desproporcional. “Se eu vazasse um vídeo do que aconteceu, do que tem acontecido com o meu pai lá em casa, sabe o que acontece? A desproporcionalidade é gigantesca”, lamentou Carlos, evidenciando a crescente tensão entre a família Bolsonaro e as instituições que eles percebem como hostis.
Temores pessoais e familiares
Na mesma entrevista, o vereador expressou medos mais pessoais, chegando a levantar a questão da saúde do ex-presidente. Ele falou sobre o perigo de Jair Bolsonaro passar por uma crise sem ter assistência, alertando que “ele pode muito bem vir a falecer”. Carlos mencionou estar “com nervos à flor da pele o tempo inteiro”, revelando assim uma vulnerabilidade emocional que permeia sua posição pública e o estado atual da família.
Essas declarações de Carlos Bolsonaro mostram não apenas uma dinâmica complexa de poder e relações na política brasileira, mas também uma luta interna e uma busca pela segurança dentro da família diante de um cenário político conturbado. O ex-presidente pode estar enfrentando desafios significativos, mas os ecos de sua figura ainda reverberam fortemente nas ambições de seus filhos e em uma base de seguidores que continua a aguardar sua próxima movimentação.



