Depois de uma trajetória marcada por desafios e superações, o piloto da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Marques Monteiro, de 45 anos, finalmente deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Após 8 meses internado, Felipe se recupera de uma grave lesão na cabeça, causada por um tiro de fuzil durante uma operação policial na Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
O incidente que mudou tudo
O acidente ocorreu em 20 de março de 2025, quando o helicóptero do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no qual Felipe era copiloto, foi atacado por criminosos. Durante a ação, um tiro atingiu seu crânio, causando sérias lesões e comprometendo sua saúde. Imediatamente, ele foi transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por uma cirurgia emergencial.
Os médicos diagnosticaram que Felipe havia perdido praticamente 40% do crânio, e seu estado de saúde foi considerado “gravíssimo” nos primeiros dias após o procedimento. Em 21 de março, ele foi transferido para o Hospital São Lucas, onde deu início a um longo processo de recuperação que incluiu múltiplas cirurgias e momentos críticos de saúde.
Uma recuperação desafiadora
Durante os oito meses em que esteve internado, Felipe enfrentou muitos desafios. Ele passou por um mínimo de três cirurgias: a primeira para tratar a lesão inicial, uma segunda para lidar com um pseudoaneurisma que se formou e, finalmente, uma terceira para a implantação de uma prótese craniana, essencial para reparar os danos causados ao crânio durante o ataque.
A cada dia, Felipe demonstrava sinais de resistência e coragem, conquistando apoio não apenas da equipe médica, mas também de sua família e amigos que o acompanhavam ao longo dessa jornada angustiante. Sua esposa, Keidna Marques, de 43 anos, expressou sua gratidão e esperança através das redes sociais, celebrando a alta do CTI:
“Recebemos a tão esperada alta do CTI e seguimos para o quarto do hospital. Deixamos para trás dias intensos, difíceis, cheios de medo e incertezas — mas também marcados por fé, cuidado e força. Cada profissional que cruzou nosso caminho contribuiu para que chegássemos até aqui. A evolução do Felipe nos últimos dias é mais do que progresso: é um sinal de que Deus está conduzindo tudo, abrindo portas e iniciando uma nova etapa de cura.”
A situação dos suspeitos e a resposta da polícia
O ataque que resultou nas lesões de Felipe não foi um caso isolado. Em maio deste ano, a Polícia Civil do RJ fez uma prisão relacionada ao incidente, detendo um dos suspeitos envolvidos, enquanto os outros criminosos permanecem foragidos. Este evento reacendeu o debate sobre a segurança pública e a violência no estado, levantando preocupações sobre as operações policiais nas comunidades mais vulneráveis.
Uma nova etapa de vida
A saída do CTI é considerada um marco na recuperação de Felipe, que agora passará por tratamentos na unidade hospitalar para continuar sua reabilitação. Amigos, colegas e familiares seguem otimistas, torcendo por sua recuperação completa e buscando sua reintegração à vida normal.
Embora os desafios ainda estejam presentes, a resiliência de Felipe e a força coletivamente demonstrada ao seu redor são uma clara representação de superação diante da adversidade. Este caso não apenas traz à tona a luta de um homem pela vida, mas também ilumina as questões maiores de segurança e a necessidade de um suporte efetivo às vítimas de violência em nosso país.
Com uma perspectiva renovada e o apoio de seus entes queridos, Felipe começa um novo capítulo em sua vida, impulsionado pela esperança de um futuro mais seguro e promissor.
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