O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou nesta terça-feira (25) que irá colocar em votação o pedido de convocação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União. A votação ocorrerá na próxima quinta-feira, 27 de novembro, em uma sessão bastante aguardada.
Viana utilizou suas redes sociais para comunicar a decisão, destacando a importância da oportunidade que os parlamentares terão de se manifestar a favor ou contra a convocação do advogado-geral. O clima no Parlamento é de expectativa, principalmente considerando a relevância do tema abordado e as investigações em andamento sobre supostas irregularidades que envolvem o INSS.
O que está em jogo?
O senador Carlos Viana enfatizou que “a verdade sempre encontra seu caminho”, e o Parlamento existe para assegurar que essa verdade venha à tona. Se Jorge Messias for convocado, ele será obrigado a comparecer e prestar esclarecimentos sobre sua função e eventuais envolvimentos em denúncias que estão sendo investigadas pela CPMI.
A convocação de Messias é parte de um movimento maior dentro da CPMI, que está enfrentando pressões internas para garantir que todos os envolvidos em questões de interesse público sejam ouvidos. A tensão em torno do advogado-geral da União aumentou nas últimas semanas, especialmente após descobertas que indicam que ele poderia ter recebido informações sobre uma má gestão no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
Pressões e denúncias
Deputados de diversos partidos expressaram suas preocupações nas últimas sessões da CPMI. O deputado Evair de Melo (PP-ES), por exemplo, foi enfático ao afirmar que “esse ‘mau Messias’ tem que vir aqui e, se não se explicar bem, tem que sair preso”. Essa declaração reflete a gravidade das acusações que pesam sobre Messias e a necessidade urgente de respostas claras e diretas.
A pressão para convocar o advogado-Geral da União vem crescendo em meio a um clima de desconfiança em relação à sua atuação. Observadores políticos notaram que Messias, que foi indicado por Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar a vaga de Luís Roberto Barroso, enfrenta críticas severas, especialmente por sua ligação com o governo.
Perspectivas da CPMI
Com a votação agendada para a próxima quinta-feira, a CPMI do INSS se prepara para um amplo debate. Se a convocação de Jorge Messias for aprovada, ele terá que explicar sua posição sobre as alegações feitas contra ele e seu papel na AGU. Além disso, a CPMI pode abrir caminho para uma maior investigação sobre a administração do INSS, focando em possíveis atalhos ou manejos indevidos.
Os integrantes da CPMI acreditam que a convocação de Messias poderá trazer à luz informações cruciais que poderiam impactar futuras decisões do STF em relação a ele. Muitos parlamentares expressam que a comunicação direta e a clareza são fundamentais neste contexto, não apenas para a CPMA, mas para a confiança pública nas instituições.
À medida que a data se aproxima, muitos estarão acompanhando de perto os desdobramentos dessa situação. Para os cidadãos e para a opinião pública, o que se discute na CPMI do INSS se tornou uma questão de transparência e responsabilidade, refletindo a necessidade de uma gestão mais ética e verdadeiramente comprometida com a população.
Assim, a CPMI se prepara para um momento que pode ser decisivo tanto para a carreira de Jorge Messias quanto para a própria credibilidade da AGU e do governo Lula, que enfrenta duras críticas e um ambiente político em constante tensão.
Os desdobramentos da reunião de quinta-feira serão observados atentamente, em um clima cada vez mais cético, à espera por respostas que podem ser fundamentais para o futuro da administração pública no Brasil.

