O ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente preso e inelegível, se encontra afastado do jogo político. A iminência do cumprimento da longa pena a que foi condenado indica que o tempo para embargos está se esgotando. Fontes indicam que Bolsonaro pode passar de uma prisão preventiva para o cumprimento da pena, sem retorno à prisão domiciliar, revelando um cenário que retrata um realismo fantástico latino-americano. O ex-mandatário, que tentou desmantelar Instituições democráticas, agora se vê em um ponto de não retorno.
O futuro da pena de Bolsonaro
Ainda não foi definido onde Jair Bolsonaro cumprirá sua pena. Legalmente, ele deveria ser enviado para um estabelecimento penal, como a Penitenciária da Papuda. No entanto, há aqueles no Supremo Tribunal que acreditam que tal decisão poderia ser interpretada como uma perseguição. A hipótese de que sua pena seja cumprida em um quartel é rejeitada pelas Forças Armadas, que, embora aceitem que generais cumpram pena em estabelecimentos militares, não desejam que isso aconteça com Bolsonaro. Assim, a Polícia Federal pode ser considerada a única opção viável.
As consequências políticas do ex-presidente
A prisão de Bolsonaro o empurra para o ostracismo, porém, ainda existe uma base de apoio significativa que sustenta um segmento do eleitorado. O ex-presidente galvanizou a direita brasileira em uma ideologia que flerta com o golpismo, da qual ainda não se afastou. Este legado se mostra complicado, pois há vários pré-candidatos, mas nenhum herdeiro claro do seu movimento. Mesmo candidatos proeminentes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, hesitam em se distanciar das ideias golpistas que Bolsonaro defendeu. Essa hesitação é problemática, pois a condenação do ex-presidente está ligada a crimes contra a democracia.
A reação à violação da tornozeleira
Um episódio particular que deteriora ainda mais a imagem de Bolsonaro é a tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica. O fato de ele tentar desestabilizar um sistema de monitoramento tão vital apenas fortalece a posição dos críticos. Durante a votação que manteve sua prisão preventiva, o ministro Flávio Dino mencionou a importância do respeito às leis, lembrando que foi ele quem relatou a lei que estabeleceu as tornozeleiras eletrônicas. Além disso, a tentativa de Bolsonaro de desmoralizar um sistema que já ocupava cerca de 120 mil unidades ativas, imputa uma gravidade inegável ao seu comportamento.
Decisão da Justiça e deslizes políticos
O ministro Alexandre de Moraes, ao votar pela continuidade da prisão preventiva, frisou o risco de fuga diante da possibilidade do trânsito em julgado e a rejeição de embargos. Essa decisão confirma que Jair Bolsonaro permanecerá preso por um longo período em regime fechado, devido à gravidade de suas condenações.
Um novo capítulo na história do Brasil
O Brasil entra em um território inexplorado ao encarcerar um ex-presidente que, em conluio com líderes militares, tentou subverter a democracia. Com isso, inicia-se um novo capítulo sombrio para Bolsonaro, que agora enfrenta um período de total reclusão. Resta saber como seus aliados políticos e seu clã reestruturarão suas forças e o que farão a seguir, uma vez que todas as tentativas de mobilização e defesa até o momento resultaram em fracasso.
Enquanto isso, o governo americano, que exibia uma postura hostil em relação à economia brasileira durante a gestão de Bolsonaro, não conseguiu impor as tarifas esperadas, indicando que a diplomacia brasileira tem mostrado resultados positivos. Segundo um artigo recente do “The New York Times”, a ideia de que a Casa Branca poderia arquivar o processo contra Bolsonaro caiu por terra, evidenciando que o verdadeiro perdedor dessa batalha é o próprio ex-presidente.
Os desdobramentos deste drama político seguem a ser observados de perto, pois o impacto sobre o eleitorado e as futuras eleições ainda são incertos, diante da divisão que a figura de Bolsonaro continua a provocar na sociedade brasileira.



