A Noruega, conhecida por sua forte arrecadação de impostos sobre a riqueza, vem enfrentando uma significativa saída de milionários que buscam residir em outros países, como a Suíça, devido às altas taxas impostas pelo governo. Apesar disso, o imposto sobre a riqueza continua sendo uma ferramenta importante para financiar serviços públicos e combater a desigualdade social.
Imposto sobre a riqueza na Noruega e o êxodo de residentes ricos
De acordo com dados do think tank Civita, 261 residentes com patrimônios superiores a 10 milhões de coroas (aproximadamente US$ 973 mil) deixaram o país em 2022, e outros 254 migraram em 2023, mais que o dobro da média anterior ao aumento da tributação. Borger Borgenhaug, carpinteiro transformado em magnata do setor imobiliário, que deixou a Noruega em 2022, revelou à Reuters que o clima político se tornou hostil aos empresários.
O peso do imposto e suas regras mais rígidas
Na Noruega, o imposto sobre o patrimônio varia entre 1% e 1,1%, cobrindo patrimônios que vão de US$ 174.000 a mais de US$ 2 milhões. Além disso, há um imposto de saída de 37,8% sobre ganhos de capital não realizados superiores a 3 milhões de coroas. Esses fatores têm contribuído para que cerca de 12% da população, aproximadamente 671 mil pessoas, paguem o tributo em 2023.
Impactos políticos e sociais do imposto sobre a riqueza
O imposto foi um tema central na eleição de setembro, que resultou na volta do Partido Trabalhista ao poder. O governo aumentou a taxa e endureceu regras de saída, buscando ampliar a arrecadação, que atualmente representa 0,6% do PIB. Mesmo com a fuga de alguns milionários, os defensores do modelo argumentam que ele funciona como um mecanismo redistributivo, especialmente em um país que aboliu o imposto sobre heranças em 2014.
Consequências econômicas e opiniões especializadas
Pesquisas indicam que a arrecadação do imposto é suficiente para suportar os serviços públicos essenciais, além de não prejudicar dramaticamente o investimento ou o emprego. Segundo o professor Robert Iacono, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), o sistema fiscal do país promove maior igualdade social e facilita os negócios, mantendo a Noruega entre os países mais igualitários do mundo.
Perspectivas futuras
Apesar do êxodo de alguns milionários, a maioria da população apoia a manutenção ou até o aumento do imposto sobre a riqueza, refletido em uma pesquisa recente do jornal Aftenposten. O governo continua defendendo o tributo como uma ferramenta de justiça social e estabilidade econômica, reforçando que a arrecadação ajuda a fortalecer o Estado de bem-estar norueguês.
Mais informações podem ser acessadas na fonte original.


