Brasil, 25 de novembro de 2025
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Armas de controle mental: uma nova ameaça à civilização?

Especialistas alertam sobre o desenvolvimento de armas que podem manipular a mente, potencializando perigos e dilemas éticos.

O conceito de armas de controle mental pode parecer parte de um filme distópico, mas especialistas afirmam que essa realidade pode estar mais próxima do que imaginamos. No novo livro dos cientistas Dr. Michael Crowley e Professor Malcolm Dando, da Universidade de Bradford, a advertência sobre as chamadas “armas cerebrais” tem um tom alarmante, ressaltando a transformação da neurociência em uma arena para potencial destruição e controle.

A manipulação da percepção e comportamento humano

No livro, os autores discutem como os avanços em neurociência, que antes eram direcionados para o tratamento de doenças neurológicas, agora podem ser usados de forma maligna. Professor Dando menciona que “o mesmo conhecimento que nos ajuda a tratar desordens neurológicas pode ser utilizado para interromper a cognição, induzir a conformidade ou até mesmo transformar pessoas em agentes involuntários”.

Paises como os Estados Unidos, China, Rússia e Reino Unido estão explorando armas que atuam no sistema nervoso central (SNC) desde a década de 1950. Agora, cientistas como Crowley e Dando afirmam que a neurociência moderna avançou a ponto de possibilitar a criação de armas de controle mental altamente eficazes.

O futuro como um campo de batalha mental

“Estamos entrando em uma era onde o cérebro pode se tornar um campo de batalha”, alerta Dando. Ele explica que as ferramentas para manipular o SNC – para sedar, confundir ou coagir – estão se tornando mais precisas, acessíveis e atraentes para os estados. Essa situação levanta preocupações significativas sobre regulações e o controle ético da neurociência.

Desenvolvimentos em neurociência podem levar a armas de controle mental.

Durante as décadas de 1950 e 1960, as principais potências mundiais estavam ativamente envolvidas no desenvolvimento de armas de controle mental. O objetivo era criar dispositivos que pudessem incapacitar grandes números de pessoas através de alucinações, desorientação e sedação. O militar americano, por exemplo, idealizou a substância ‘BZ’, que induz um estado delirante e de disfunção cognitiva. Apesar do seu potencial, essas armas nunca foram utilizadas em combate real.

O uso real de armas de controle mental

A única vez em que uma arma de SNC foi usada em combate foi durante o sequestro do Teatro Dubrovka em Moscovo em 2002, onde forças de segurança russas usaram um agente químico derivado de fentanil para incapacitar os sequestradores. Essa operação teve resultados trágicos, pois apesar de resgatar vários reféns, 120 deles morreram em decorrência do gas.

Desde então, o potencial de armas cognitivas aumentou, passando de simplesmente incapacitar indivíduos para se transformar em uma ferramenta de controle social. Este novo cenário é alimentado por um dilema de dupla utilização, onde a pesquisa científica que visa tratar desordens neurológicas pode ser desviada para construir armas que afetam funções cerebrais específicas.

A necessidade de uma ação urgente

Os pesquisadores estão preocupados com a possibilidade de que as armas de controle mental possam ser desenvolvidas sem a devida supervisão legal e ética. Eles chamam atenção para uma “brecha” nas regulações que rege o uso de armas químicas, permitindo que certos agentes químicos sejam utilizados em situações de aplicação da lei.

De acordo com Professor Dando, “há lacunas regulatórias perigosas dentro dessas convenções. A menos que sejam fechadas, certos Estados podem se sentir encorajados a explorá-las em programas de armas de SNC e outros agentes incapacitatórios”. Eles argumentam que é fundamental agir agora para proteger a integridade da ciência e a santidade da mente humana.

Enquanto os debates sobre as implicações éticas dessas tecnologias emergentes continuam, o crescente interesse na manipulação da mente será, sem dúvida, um tema crítico que determinará tanto o futuro da guerra quanto a ética da ciência. O encerramento dessas brechas legais e o estabelecimento de diretrizes efetivas se tornam cada vez mais urgentes.

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