O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), expressou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a recente revelação de que Bolsonaro tentou violar sua tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda. Zema argumentou que essa ação foi realizada em uma “situação extrema” e reiterou suas declarações anteriores sobre a suposta perseguição política em torno do ex-presidente.
Solidariedade em meio a controvérsias
Na chegada ao evento do Grupo Voto, em São Paulo, Zema compartilhou sua visão sobre a situação enfrentada por Bolsonaro. Ele comentou que, quando um detento rompe a tornozeleira eletrônica, geralmente precisa esperar um longo período para que um mandado de prisão seja expedido. No caso de Bolsonaro, no entanto, a rápida resposta das autoridades parece refutar a ideia de uma aplicação equitativa da lei.
“Hoje, quando um detento está usando tornozeleira eletrônica e rompe, ele precisa de um mandado de prisão que muitas vezes leva meses para ser expedido. E me parece que nesse caso foi muito mais rápido. Então, mais um sinal de que há uma perseguição política”, afirmou Zema.
A situação de Bolsonaro e sua defesa
Após a prisão de Bolsonaro no último sábado, que foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Zema prestou solidariedade de imediato. Contudo, o governador não havia comentado sobre as novas informações que surgiram após a audiência de custódia do ex-presidente, na qual ele admitiu ter danificado a tornozeleira eletrônica.
Indagado sobre os motivos que levaram à conduta de Bolsonaro, Zema justificou a ação do ex-presidente como uma tentativa de lidar com as tensões e pressões que ele está enfrentando nos processos judiciais. “Vejo aquilo como meio que uma situação extrema ali pelo que ele está vivendo. Mas que, a hora alguma, e nós temos que deixar claro isso, ele tentou fugir. Até me parece um excesso. Você está em prisão domiciliar com pessoas vigiando a sua casa e ainda tem de colocar uma tornozeleira eletrônica”, disse Zema.
Contexto político e a eleição de 2026
Zema não perdeu a oportunidade de comentar sobre o cenário político futuro e destacou que a eleição de 2026 poderá ter uma significativa participação de governadores de direita. O governador também se declarou favorável à aprovação de uma anistia para aqueles que foram condenados por golpes de Estado no Congresso.
O evento no qual Zema participou ocorreu no Palácio Tangará, em São Paulo, um hotel de alto padrão que acolheu diversas lideranças políticas e empresariais. Entre os convidados estavam figuras proeminentes como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros governadores, mostrando a articulação entre empresariado e política que transita na busca por apoio e visibilidade no cenário atual.
A prisão de Jair Bolsonaro
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi motivada por preocupações de segurança, após a convocação de uma “vigília” por parte do senador Flávio Bolsonaro, seu filho. A Polícia Federal justificou que essa situação poderia criar tumulto nas proximidades da residência do ex-presidente, o que levou à ação do STF. Durante a audiência, Bolsonaro admitiu ter tentado remover a tornozeleira, alegando inicialmente curiosidade, mas depois mencionou ter estado sob efeito de medicamentos e experiência de paranoia.
Decisão do STF
A 1ª Turma do STF, em uma votação unânime, referendou a decisão de Alexandre de Moraes, enfatizando que era crucial garantir a ordem pública e a aplicação das leis. A magistrada Cármen Lúcia, entre outros, acompanhou o relator em sua fundamentação, destacando a gravidade das violações das medidas cautelares estabelecidas anteriormente.
O episódio envolvendo Jair Bolsonaro e a intensa defesa de Romeu Zema evidenciam não apenas a polarização política no Brasil, mas também a complexidade das relações entre os gestores públicos e o passado recente do ex-presidente. O cenário se agrava, com possíveis repercussões tendo em vista as eleições futuras, onde alianças e rivalidades podem ser testadas.
Em um país em constante transformação política, a típica resistência apresentada por Zema representa uma tentativa de reafirmar suporte a figuras do campo conservador, seja em um contexto de crise ou de oportunidades políticas emergentes.



