Brasil, 25 de novembro de 2025
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Perícia indica que Bolsonaro tentou violar tornozeleira eletrônica

A Polícia Federal concluiu que Jair Bolsonaro usou calor para abrir sua tornozeleira eletrônica, reforçando acusações contra o ex-presidente.

Aperfeiçoando as investigações sobre a violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro, a perícia da Polícia Federal divulgou hoje um laudo que aponta para a tentativa de abertura do equipamento por meio de uma “fonte de calor”. A análise confirmou a presença de ferro na parte queimada da tornozeleira, que é feita de plástico. Segundo a PF, esta conclusão é um dos principais fatores que justificaram a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Detalhes da perícia

Para elaborar o laudo, os especialistas utilizaram diversas técnicas, incluindo registro fotográfico, exames microscópicos, análise de microfluorescência de raios X e comparações com uma tornozeleira intacta. Os resultados indicaram “danos significativos” ao aparelho e a determinação de que uma fonte de calor foi utilizada para tentar abrir sua caixa. A perícia apontou que o equipamento foi submetido a um aquecimento direcionado, claramente evidenciando a intenção de violação.

Próximos passos da investigação

Um segundo exame está sendo desenvolvido para verificar se houve danos no circuito eletrônico da tornozeleira. Esse exame é fundamental, pois a Polícia Federal busca esclarecer qual sensor foi acionado durante o processo de queima do material. Os testes estão sendo realizados no Instituto Nacional de Criminalística da PF, situado nas proximidades da Superintendência da PF em Brasília, onde Bolsonaro está atualmente detido.

Relato do ex-presidente e implicações legais

As informações obtidas pela perícia alinham-se com o relato apresentado por Bolsonaro à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF). O ex-presidente afirmou ter utilizado um “ferro de solda” na tentativa de abrir a tornozeleira, o que coincide com os danos observados. O laudo da SEAPE-DF já indicava “sinais claros e importantes de avaria”, como marcas de queimadura ao redor de toda a circunferência do dispositivo, principalmente na área de fechamento.

Em audiência de custódia realizada no domingo, Bolsonaro mencionou ter “alucinações” e acreditar que havia um dispositivo de escuta no equipamento, o que o levou a danificá-lo com o ferro de solda. Esta alegação levanta questionamentos sobre sua saúde mental e implicações legais para o caso.

Considerações médicas e tratamento

No contexto de sua defesa, um boletim médico foi anexado, onde a equipe médica de Bolsonaro apontou que seu estado poderia ter sido “possivelmente induzido” pelo uso do medicamento Pregabalina, que havia sido prescrito sem o prévio conhecimento de alguns médicos responsáveis pelo seu tratamento. O uso da pregabalina, um anticonvulsivante, apresenta interações com outros medicamentos que Bolsonaro toma, como Clorpromazina e Gabapentina. O boletim médico destaca que a pregabalina pode causar “alteração do estado mental”, e cita efeitos colaterais como confusão mental, desorientação e alucinações.

Este desdobramento levanta questões sobre a responsabilidade de Bolsonaro em relação às suas ações enquanto sob efeito da medicação, além de trazer um novo elemento às investigações em curso. O desfecho desse caso será acompanhado de perto pela opinião pública e pela comunidade legal, dadas as implicações políticas e sociais que envolve um ex-presidente do Brasil.

À medida que os detalhes da perícia e dos exames emergem, a situação de Jair Bolsonaro continua a ser um tópico de intenso debate e especulação no cenário político brasileiro.

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