Brasil, 25 de novembro de 2025
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Moraes afirma que Bolsonaro violou tornozeleira eletrônica dolosamente

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve sua prisão preventiva mantida por violar a tornozeleira eletrônica, segundo Moraes.

O clima de tensão política no Brasil continua se intensificando com o recente julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve sua prisão preventiva mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a audiência desta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes declarou que Bolsonaro violou “dolosa e conscientemente” a tornozeleira eletrônica, que utilizava enquanto cumpria prisão domiciliar. Essa situação surge após diversas alegações de desrespeito às medidas cautelares impostas ao ex-mandatário.

A decisão de manter a prisão preventiva

A manutenção da prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi apoiada pelo ministro Flávio Dino, durante o julgamento na Primeira Turma do STF. O caso se intensificou após uma audiência em que Bolsonaro relatou ter sofrido alucinações relacionadas à tornozeleira eletrônica. Moraes destacou em seu voto que a prisão domiciliar deveria ser convertida em preventiva devido à garantia da ordem pública e à necessidade da aplicação da lei penal.

O ex-presidente falhou em cumprir diversas medidas cautelares anteriormente estabelecidas, mesmo após alertas sobre suas ações. Moraes enfatizou que Bolsonaro é “reiterante no descumprimento” dessas condições, citando casos anteriores, como o uso de redes sociais para apoio a atos de seus apoiadores e a violação da tornozeleira eletrônica na última sexta-feira.

A audiências e os argumentos de defesa

Durante a audiência, realizada após a prisão de Bolsonaro, o ex-presidente tentou justificar a violação alegando que estava sob o efeito de medicamentos que causaram “alucinação”. Ele afirmou não ter pretendido fugir, mas suas palavras levantaram suspeitas sobre seu estado mental no momento da violação. A defesa de Bolsonaro buscou usar essa situação médica como argumento para a reconsideração da prisão preventiva.

A situação se complicou ainda mais quando, na madrugada de sábado, agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal foram acionados após um alerta de dano à tornozeleira. Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar desativá-la, afirmando que o fez sem auxílio de alguém, já que sua família estava dormindo no momento.

Polêmica em torno das justificativas

A tentativa de romper com a tornozeleira levantou questionamentos em relação à estabilidade mental de Bolsonaro. Segundo a ata da audiência, ele mencionou que estava convencido de que havia escuta na tornozeleira, o que o motivou a danificá-la. Essa necessidade de “abrir a tampa” do equipamento digital foi destacada por Moraes, que requisitou explicações mais detalhadas sobre a conduta do ex-presidente.

Bolsonaro, que já está sob intensa vigilância e mantendo um alto perfil público, se defendeu apontando que não se lembrava de episódios semelhantes de “surto” e reiterou que suas ações não estavam relacionadas a uma tentativa de fuga, mas sim a uma distorção momentânea de sua percepção.

Contexto e implicações da prisão

As ações na esfera política e judicial que giram em torno de Bolsonaro têm trazido à tona discussões acaloradas sobre o respeito às instituições e à legislação vigente no Brasil. Para o ministro Flávio Dino, a situação reflete uma “amnésia”, ao mencionar outros deputados que fugiram do país por conta de crimes semelhantes. Isso levanta preocupações sobre a integridade da Ordem Pública e a organização criminosa que, segundo Dino, opera dentro do ambiente político e judicial atual.

A prisão preventiva do ex-presidente foi solicitada pela Polícia Federal, que argumentou sobre a necessidade de garantir a ordem pública e a concordância da Procuradoria-Geral da República para tal medida. Neste contexto, Bolsonaro está sendo monitorado no local onde está detido, uma Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O desenrolar desse caso continua a ser acompanhado de perto, por especialistas e pela população, refletindo uma fase delicada da política brasileira. A expectativa agora recai sobre os próximos passos legais e a análise dos ministros do STF ao abordar questões que afetam diretamente o futuro do ex-presidente e a confiança das instituições no Brasil.

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