Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Master vendeu R$ 303 milhões em créditos a empresa de fachada, investiga MPF

Operação suspeita envolve compra e venda de carteiras de crédito entre o Master e o BRB, com indícios de fraude e irregularidades acionadas pelo MPF

O banco Master realizou a venda de uma carteira de crédito de R$ 303 milhões ao BRB, envolvendo uma empresa registrada em nome de uma atendente de lanchonete investigada por aplicar um golpe com maquininha de cartão, segundo o Ministério Público Federal (MPF). A transação, ocorrida em dezembro de 2024, reforça suspeitas de fraude e a ausência de fiscalização adequada nas operações entre as instituições financeiras.

Operação suspeita e indícios de fraude

De acordo com documentos obtidos pelo O Globo, o Master vendeu ao BRB carteiras de crédito originadas pela The Pay Soluções de Pagamentos Ltda, que não possui atividades financeiras ou funcionários, tendo um capital social de R$ 450.000,00. A empresa é administrada por uma atendente de lanchonete com salário de R$ 1.486,00, atualmente investigada pela Polícia Civil por desviar pagamentos usando uma maquininha de cartão com nome semelhante ao da empresa.

Segundo o MPF, pareceres indicam que a empresa é de fachada — foto de reprodução mostra endereço simples, que desmente a alegação de envolvimento com grandes operações financeiras. A operação, que chamou a atenção do Banco Central, foi alvo de questionamentos por parte da autoridade monetária, que passou a monitorar todas as carteiras vendidas pelo Master ao BRB.

Recompras e novos questionamentos do Banco Central

Dois meses após a venda, o BRB decidiu recomprar as carteiras de crédito, que foram originalmente adquiridas de uma empresa criada por um ex-funcionário do banco privado. O Banco Central afirmou, em nota, que após essa transação, não foram realizados novos exames, enquanto o MPF aponta que há indícios de engenharia contábil para mascarar recursos ilícitos, envolvendo uma suposta “empresa de prateleira” chamada Tirreno, criada em 2024.

Indícios de fraude e ações de investigação

O MPF revelou que há evidências de que o Master teria adquirido carteiras de crédito de empresas controladas por ex-funcionários, sem pagamento, e logo revendido os títulos ao BRB, movimentando cerca de R$ 12,2 bilhões de janeiro a maio de 2025. Além disso, a operação foi facilitada por uma sociedade de fachada, com documentos de cessão de crédito não autenticados em cartório e alterações societárias feitas após as transações.

A Polícia Federal realizou operações de prisões e busca de bens, apreendendo imóveis, obras de arte e relógios avaliados em mais de R$ 230 milhões. Em nota, o BRB afirmou que sempre atuou em conformidade com as normas e que suas operações seguem práticas de mercado. Sua defesa também alegou que a prisão de Daniel Vorcaro foi “desnecessária e ilegal”, e que ele viajaria para os Emirados Árabes Unidos para concluir a venda da instituição financeira aos investidores do Grupo Fictor.

Investigação e consequências

O MPF apontou que a operação envolvendo o Master e o BRB talvez seja uma das maiores fraudes bancárias da história do Brasil, considerando o volume de recursos ilícitos desviados. As investigações demonstram uma cadeia complexa de transações suspeitas, envolvendo empresas de fachada, mudanças societárias realizadas após as operações e um forte indício de engenharia financeira para mascarar os recursos desviados.

A Polícia Federal e o Banco Central continuam a apurar o caso, que envolve suspeitas de lavagem de dinheiro, fraude e manipulação financeira em larga escala. O caso reforça o alerta sobre os riscos de operação em bancos de fachada e a necessidade de fiscalização rigorosa do sistema financeiro.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa em O Globo.

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