Brasil, 25 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Caciques do Centrão adotam cautela após prisão de Bolsonaro

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou reações cautelosas entre os líderes do Centrão, que veem seu papel nas eleições de 2026 ainda relevante.

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro no último sábado (22) gerou uma onda de reações entre os membros do Centrão, que adotaram um tom de cautela nas primeiras horas após o ocorrido. O ex-mandatário foi levado para uma sala na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em função da violação de sua tornozeleira eletrônica. Bolsonaro justificou sua ação alegando “alucinações” geradas por medicamentos que estava utilizando. Essa situação, conforme analisam integrantes do Centrão, fragilizou a imagem de Bolsonaro, no entanto, ainda se acredita que seu papel na definição do candidato da direita para as eleições de 2026 será relevante.

Reações do Centrão e apoio a Bolsonaro

As manifestações de apoio ao ex-presidente por parte de figuras chave, como o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, foram lidas como um sinal de que o Centrão não pretende abandonar Bolsonaro, mesmo diante da prisão. O blocos está formado por PP, PSD, União Brasil, Republicanos e parte do MDB, todos caminhos que buscam clarear a situação política com vistas à próxima eleição.

Um dirigente de uma das siglas do Centrão relatou que a ordem no momento é aguardar o apoio de Bolsonaro a um candidato que una os diversos segmentos da direita. Essa é considerada uma estratégia essencial para enfrentar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora a prisão preventiva de Bolsonaro tenha elevado o nível de tensão, a avaliação entre os aliados é a de que a situação não alterou significativamente o cenário político, já que o ex-presidente já enfrentava restrições desde sua prisão domiciliar.

A situação de Bolsonaro e articulações políticas

O passaporte diplomático e visitas de familiares e amigos foram autorizados pelo Ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, encontros com aliados estão com a participação restrita, o que limita as articulações que podem ser feitas por parte do ex-presidente.

Apesar de seu quadro de saúde e situação jurídica ainda incertas, integrantes do Centrão ressaltam a necessidade de aguardar a estabilização dessas condições antes de tomarem novas decisões. O receio é que qualquer articulação feita sem o endosse de Bolsonaro possa criar ruídos e ser interpretada como uma traição, potencializando as tensões com a base mais radical da direita.

Perspectivas para 2026 e potenciais candidatos

Desde sua prisão, as esperanças de alguns aliados são que Bolsonaro, mesmo atrás das grades, consiga indicar seu ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), como o candidato à Presidência em 2026. Tal gesto seria visto como uma tentativa de unir a direita e evitar divisões que poderiam enfraquecer o eleitorado bolsonarista. Entretanto, os filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo Bolsonaro, estão em busca de seus próprios caminhos políticos e possuem suas próprias ambições para a sucessão.

Deterioração da imagem e apoio de governadores

A recente controversa violação da tornozeleira eletrônica e a admissão do ex-presidente sobre a tentativa de danificá-la ocasionaram um considerável desgaste na imagem de Bolsonaro. Nos bastidores, integrantes do Centrão observam que essa confissão enfraquece o discurso de perseguição política que muitos de seus aliados sustentam. A mudança de tom foi rapidamente percebida quando diversos governadores de direita, que inicialmente expressaram solidariedade a Bolsonaro, silenciaram após a divulgação de um vídeo em que ele admite a violação do equipamento.

Os governadores Cláudio Castro (PL), Jorginho Mello (PL), Ratinho Jr. (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) expressaram apoio nas redes sociais durante a manhã de sábado, mas rapidamente se distanciaram do caso após a repercussão do vídeo.

O clã Bolsonaro e a disputa pelo apoio

Por outro lado, a própria família do ex-presidente não descarta a possibilidade de lançar um dos seus membros na corrida presidencial. Nomes como o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro já foram cogitados como potenciais candidatos. Cada um deles busca reafirmar seu espaço dentro da política e a continuidade do legado bolsonarista, mesmo em meio a um cenário político desafiador.

À medida que o Brasil se aproxima de um novo ciclo eleitoral, a intersecção entre os eventos recentes e as decisões dos líderes do Centrão será peça-chave no desenvolvimento político do país. A figura de Jair Bolsonaro e a dinâmica de apoio e oposição em seu entorno continuarão a moldar as narrativas políticas à medida que as eleições de 2026 se aproximam.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes