Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Google renomeia Golfo do México para “Golfo da América” nos EUA, gerando repercussão internacional

A mudança pode trazer desafios diplomáticos entre os Estados Unidos e o México, além de criar um precedente para futuras disputas territoriais.
Foto: Alfredo Estrella/AFP

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O Google anunciou na segunda-feira (27) que passará a exibir a nomenclatura “Golfo da América” para usuários dos Estados Unidos no Google Maps, substituindo o tradicional Golfo do México. A mudança entrará em vigor assim que o Geographic Names Information System (GNIS), sistema oficial de nomenclaturas geográficas do governo dos EUA, for atualizado. Para usuários do México, o nome original permanecerá inalterado, enquanto nos demais países ambas as nomenclaturas serão exibidas.

A decisão atende a uma promessa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), feita em um discurso no dia 7 de janeiro, onde justificou que o nome “Golfo da América” seria “mais bonito” e que o México tem um “déficit enorme” com os EUA. O discurso, que também incluiu sugestões de ações militares no Canal do Panamá e na Groenlândia, além da ideia de transformar o Canadá no 51º estado norte-americano, gerou reações imediatas de líderes políticos e especialistas.

Reação do México e polêmica diplomática

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, ironizou a mudança, sugerindo que a América do Norte poderia ser chamada de América Mexicana, uma referência ao documento constitucional de 1814. “Isso parece legal, não?”, declarou em tom crítico durante entrevista coletiva.

A decisão também acendeu um debate sobre a influência política dos EUA na nomeação de territórios e corpos d’água compartilhados internacionalmente. Especialistas em geopolítica alertam que a alteração unilateral pode abrir precedentes para disputas semelhantes em outras regiões do mundo.

Outras mudanças geográficas nos EUA

O anúncio do Google também incluiu a renomeação do Monte Denali, a montanha mais alta da América do Norte, que voltará a ser chamada de Monte McKinley. A decisão foi aprovada pelo Ministério do Interior dos EUA no sábado (25) e oficializa a retomada do nome em homenagem ao ex-presidente republicano William McKinley. O nome Denali, que significa “alto” no idioma Koyukon dos povos nativos do Alasca, havia sido adotado em 2015 pelo governo do então presidente Barack Obama, em reconhecimento às comunidades indígenas locais.

Política de nomenclaturas do Google

O Google já enfrentou controvérsias anteriores relacionadas a nomes geográficos. Em 2012, o Irã ameaçou processar a empresa após a remoção do nome Golfo Pérsico do Google Maps, deixando o corpo d’água sem identificação temporariamente. Atualmente, a plataforma exibe a nomenclatura “Golfo Pérsico (Golfo Árabe)” em algumas regiões.

Outro caso similar envolve a disputa entre Japão e Coreia do Sul sobre a denominação do mar entre os dois países. No Google Maps, a plataforma adota um modelo semelhante ao que será aplicado ao Golfo do México, exibindo ambas as versões: “Mar do Japão (Mar do Leste)”.

Em nota oficial, o Google esclareceu sua abordagem:

“Recebemos algumas questões sobre nomenclaturas no Google Maps. Temos uma prática de longa data de aplicar mudanças de nomenclatura quando elas são atualizadas por fontes governamentais oficiais. Para características geográficas nos Estados Unidos, isso ocorre quando o Geographic Names Information System (GNIS) é atualizado. Quando isso acontecer, vamos atualizar o Google Maps nos Estados Unidos rapidamente para mostrar Mount McKinley e Gulf of America. Quando nomes oficiais variam entre países, os usuários do Maps veem sua nomenclatura oficial local. Todos os outros usuários pelo mundo veem as duas nomenclaturas. Isso se aplica neste caso também.”

Impactos da decisão

A mudança pode trazer desafios diplomáticos entre os Estados Unidos e o México, além de criar um precedente para futuras disputas territoriais. A decisão também pode gerar impactos econômicos, especialmente para setores que dependem do turismo e da navegação no Golfo do México.

Com a atualização do GNIS ainda pendente, resta saber se a nomeação será definitiva ou se poderá sofrer novas alterações conforme as reações internacionais se intensificam.

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