Brasil, 21 de dezembro de 2025
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COP30 deve prorrogar encerramento após incêndio em Belém

Incêndio na Blue Zone da COP30 em Belém provoca atrasos nas negociações e previsão de adiamento do encerramento oficial do evento.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP30, que acontece em Belém, no Pará, está enfrentando um novo desafio: um incêndio que atingiu a Blue Zone do evento na tarde da última quinta-feira (20/11). Este incidente, combinado com a necessidade de negociações sensíveis que ainda não avançaram como esperado, deve levar ao adiamento do encerramento oficial, inicialmente previsto para esta sexta-feira (21/11).

Histórico de prorrogações em conferências do clima

Atrasos e prorrogações não são novidade em conferências do clima. Na COP8, realizada na Índia em 2002, as negociações se arrastaram além do prazo estipulado, assim como na COP25, em Madri, que terminou quase dois dias depois do previsto e na COP27, no Egito, que se estendeu pela madrugada. A expectativa é que a COP30, mais uma vez, tenha sua conclusão adiada em função de imprevistos.

Incêndio e evacuação das negociações

Na tarde de quinta-feira, um curto-circuito gerou chamas que rapidamente se espalharam pelo pavilhão onde ocorriam as negociações. Imagens capturadas por participantes mostram a evacuação apressada da área, enquanto alguns ajudavam a conter as chamas. A ação rápida das equipes de segurança foi crucial para controlar a situação, mas resultou na necessidade de atendimento médico para 21 pessoas, incluindo 19 por inalação de fumaça e duas por crises de ansiedade.

Após o incidente, a Blue Zone foi reaberta apenas na noite de quinta-feira, após inspeção do Corpo de Bombeiros e obtenção de um novo alvará de funcionamento. Contudo, a convenção sobre mudanças climáticas (UNFCCC) confirmou que a área afetada permanecerá isolada, e todas as sessões plenárias do dia foram suspensas, com a promessa de que as negociações seriam retomadas nesta sexta-feira.

A situação das negociações climáticas

O clima entre as delegações é de cautela, principalmente nesta segunda semana da COP30. Apesar de alguns avanços em áreas técnicas, como a formulação de um conjunto de 114 indicadores para o Objetivo Global de Adaptação (GGA), ainda existem divergências significativas quanto aos meios de implementação e ao financiamento dos projetos.

No que diz respeito à transição justa, um novo rascunho do Programa de Transição Justa avançou ao incluir por primeira vez conceitos importantes, tais como “combustíveis de transição” e “subsídios ineficientes a fósseis”. Contudo, não houve acordo sobre metas ambiciosas para a eliminação de combustíveis fósseis, visto que países produtores se opõem a qualquer menção clara sobre a eliminação gradual de petróleo, gás e carvão. Este impasse fortalece a previsão de prorrogação das negociações, uma vez que as decisões mais críticas estão sendo deixadas para as últimas horas do evento.

Consequências e próximos passos

Além do incêndio, o fim das negociações ainda há dúvidas sobre o futuro dos combustíveis fósseis e as urgentes questões de financiamento climático. Países estão trabalhando para expandir os recursos do Fundo de Adaptação, que deverá receber parte das receitas do mercado de carbono. Contudo, negociações sobre governança e implementação permanecem sem progresso, complicando ainda mais a construção de um consenso necessário para as resoluções finais.

Assim, a expectativa é de que a COP30, marcada por desafios imensos e imprevistos como o incêndio, se prolongue mais tempo do que o planejado, refletindo a complexidade e a urgência das discussões climáticas em um mundo que clama por ações efetivas.

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