Os avisos de demissões em massa nos Estados Unidos atingiram níveis inéditos em outubro, com 39.006 americanos recebendo aviso prévio, segundo levantamento do Federal Reserve de Cleveland. Este é o maior número desde 2008, 2009, 2020 e maio de 2025, o que reforça sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.
Mercado de trabalho em crise
Os dados mostram uma deterioração no mercado de trabalho, não apenas pelo aumento das demissões, mas também pela redução das contratações e pelo avanço do desemprego. Segundo o Fed de Cleveland, a quantidade de alertas pré-avisos chegou a um pico elevado, indicando que muitas empresas estão se preparando para cortes em massa.
Incertezas e impacto na política monetária
Autoridades do Federal Reserve tem debatido a extensão dessa desaceleração ao mesmo tempo em que avaliam se continuam com os cortes na taxa de juros. Na quarta-feira, o Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA (Bureau of Labor Statistics – BLS) anunciou que não publicará o relatório de emprego de outubro, incorporando esses números ao de novembro, divulgado após a última reunião do Fed em 2025.
Problemas na coleta de dados
O BLS justificou a ausência dos dados de outubro devido à paralisação do governo, que durou recorde de 35 dias. Como os dados devem ser coletados presencialmente e por telefone, a agência não conseguiu realizar a pesquisa domiciliar, que fornece informações essenciais, como a taxa de desemprego.
Repercussões e perspectivas
Após o anúncio, investidores passaram a acreditar em menores chances de redução de juros pelo Federal Reserve em dezembro, pois a ausência de dados oficiais mantém o comitê dividido sobre o ritmo de ajustes na política monetária. Economistas alertam que o apagão estatístico pode mascarar a real situação do mercado de trabalho, embora indicadores como pedidos semanais de seguro-desemprego tenham se mantido estáveis.
Apesar do cenário de incerteza, alguns dados recentes indicam forte deterioração, com empregadores anunciando o maior número de cortes de emprego em mais de 20 anos para o mês de outubro, segundo informações da empresa de recolocação Challenger, Gray & Christmas.
Barreiras para trabalhadores estrangeiros
O mercado também vem enfrentando dificuldades na contratação de estrangeiros, com relatos de que muitas empresas têm uma postura mais restritiva quanto ao recrutamento de candidatos internacionais.
Impactos futuros
A crise de emprego nos EUA gera preocupação com uma possível crise de dívida nos próximos cinco anos, alertou o investidor e analista Ray Dalio ao jornal O Globo. Com os dados oficiais em falta e a incerteza que cerca o mercado, as perspectivas econômicas permanecem incertas, enquanto o governo e o Fed avaliam os próximos passos.
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