A manhã desta quarta-feira (19) foi marcada por uma leve alta do dólar, que subiu 0,12%, cotado a R$ 5,3239 às 9h01. O mercado investe atenção na divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), prevista para o final do dia, que deve orientar os próximos movimentos da política monetária americana.
Influência da ata do Federal Reserve no mercado cambial e de ações
Com a divulgação da ata, os investidores procuram entender os sinais sobre possíveis cortes de juros nos Estados Unidos, especialmente após a reativação do mercado de trabalho no país, com a publicação do relatório de payroll, esperado para este jeudi.
Segundo especialistas, a ata deve indicar os próximos passos do banco central americano, influenciando a cotação do dólar e a postura dos mercados globais. O aumento do dólar ocorre em um cenário de dúvidas sobre a continuidade do aperto monetário, após sinais de dificuldades na economia.
Principais indicadores econômicos do Brasil e os efeitos no mercado
No Brasil, o calendário econômico desta manhã inclui a divulgação do Icomex da FGV, às 8h, que traz informações sobre o comércio exterior de outubro. Mais tarde, às 10h, o IBGE apresenta dados sobre o mercado de trabalho, enquanto às 14h, a IFI do Senado publica o Relatório de Acompanhamento Fiscal.
Também às 14h30, o Banco Central revela o fluxo cambial da semana encerrada em 14 de novembro. Na semana anterior, saiu US$ 1,785 bilhão do país, sobretudo na conta financeira, que registrou saída de US$ 2,059 bilhões.
Impactos do caso Banco Master e ações do BC no mercado financeiro
Ontem, os investidores acompanham a prisão do acionista controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, por suspeita de fraude de R$ 12 bilhões, além da liquidação extrajudicial da instituição decretada pelo Banco Central, que também colocou a instituição sob administração especial temporária por 120 dias. O episódio agravou a cautela no mercado financeiro.
Devido à operação, qualquer negociação de compra em curso é interrompida, e os ativos do banco serão liquidados. O BC justificou a medida pelo forte comprometimento financeiro do banco, incluindo a emissão de títulos com juros até 40% acima da média do mercado, e a violação de regras do sistema financeiro.
Perspectivas para o mercado e os demais ativos
Após a prisão e a liquidação, os investidores permanecem atentos às próximas divulgações econômicas, principalmente os dados de empregos nos EUA e o desempenho das ações globais. Os mercados internacionais encerraram o dia em queda, refletindo o clima de cautela e preocupações com o avanço das altas de juros no exterior.
Na Bolsa de Nova York, o Dow Jones caiu 1,07% e o S&P 500 recuou 0,82%, enquanto as bolsas europeias também fecharam em baixa, pressionadas pela incerteza que ronda os próximos movimentos do Fed.
O cenário externo, aliado aos acontecimentos no Brasil, mantém o mercado em um movimento de cautela, com volatilidade prevista para os próximos dias até que novas informações econômicas sejam divulgadas.
O dólar, que vem acumulando variação negativa de -1,15% no mês e -13,95% no ano, mantém-se na rota de ajustes frente à incerteza global, enquanto o Ibovespa registra alta de 4,67% no mês e avanço de 30,13% no acumulado do ano, apoiado na recuperação da economia brasileira.



