A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central, deixou milhares de clientes sem acesso imediato aos seus recursos e gerou dúvidas sobre os mecanismos de proteção, como o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Para esclarecer as principais questões, explicamos o que ocorre na prática e quais são os efeitos para correntistas e investidores.
O que é a liquidação extrajudicial de um banco?
A liquidação extrajudicial é uma espécie de “morte controlada” decretada pelo Banco Central (BC). Trata-se do último recurso quando a instituição financeira não consegue mais funcionar, com o objetivo de encerrar suas atividades de forma organizada, garantindo a estabilidade do sistema financeiro e protegendo os demais bancos.
Qual a diferença entre intervenção e liquidação extrajudicial?
Embora ambos sejam regimes de resolução adotados pelo BC, intervenção e liquidação têm propósitos distintos. A intervenção é uma medida temporária, de até 12 meses, aplicada quando há chance de recuperação do banco. Durante esse período, as atividades são suspensas, e um interventor é nomeado para reorganizar a gestão.
Já a liquidação extrajudicial ocorre quando o BC conclui que não há mais possibilidade de recuperar a instituição. Nesse caso, o funcionamento do banco é interrompido de forma definitiva, devendo um liquidante administrar a venda dos ativos para pagar credores e clientes.
Por que o Banco Central tomou essa decisão?
A decisão de liquidar o Banco Master foi tomada pelo BC devido à insolvência irrecuperável ou por infrações graves às normas do setor financeiro. Essas ações visam evitar riscos maiores ao sistema financeiro e aos clientes.
Segundo fontes oficiais, a medida foi necessária após o Banco Master apresentar dificuldades financeiras extremas, incluindo suspeitas de irregularidades, o que também levou à prisão do presidente, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal. Mais detalhes sobre o caso.
O que acontece com o dinheiro dos clientes?
Assim que o BC decreta a liquidação, todas as operações do banco são suspensas imediatamente. O cliente perde o acesso aos valores depositados em contas correntes, poupança e aplicações financeiras, que passam a ser considerados dívidas da instituição com seus credores.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é acionado automaticamente, garantindo ressarcimento de valores até R$ 250 mil por CPF e por banco. Valores superiores a esse limite podem ser recuperados na medida da venda dos ativos do banco, o que pode levar anos e não garantir o valor total investido.
O que acontece com contas, cartões e limites já contratados?
Com a liquidação, todas as operações bancárias, incluindo contas correntes, cartões de crédito e limites de crédito, são bloqueadas de forma imediata. Transações presenciais, online, saques e débitos automáticos deixam de funcionar, obrigando os clientes a procurar outra instituição para reorganizar pagamentos.
Boletos de cobrança emitidos pelo banco deixam de ser processados, enquanto aqueles de terceiros, como condomínio ou escola, podem precisar ser reemitidos em outros bancos.
Como ficam os empréstimos e financiamentos?
Os contratos de empréstimos ou financiamentos em andamento continuam validade, e os clientes permanecem responsáveis pelo pagamento. No entanto, a forma de quitação será comunicada pelo liquidante, pois as operações do banco estão suspensas, e novos canais de pagamento devem ser disponibilizados.
É importante verificar as instruções específicas de pagamento e manter os contratos sob supervisão até o encerramento total do processo.
E os investimentos fora do FGC?
Investimentos sem cobertura do Fundo Garantidor, como fundos de investimento, debêntures, CRIs, CRAs e ações, não são garantidos. Esses valores entram como créditos na massa liquidanda, e a recuperação depende da venda dos ativos do banco, podendo levar anos e sem assegurar o retorno total.
PIX, TED e transferências agendadas
A liquidação extrajudicial suspende sistemas de pagamento, incluindo PIX, TED, DOC e transferências automáticas, que deixam de ser processados imediatamente. Clientes devem reprogramar suas operações em novas contas após a abertura de outras instituições financeiras.
O que fazer com os pagamentos automáticos?
Débitos automáticos, como contas de luz, assinatura de serviços e parcelas de financiamentos, são interrompidos na hora da liquidação. Para evitar atrasos, o cliente deve atualizar os dados de pagamento nas empresas, cadastrando nova conta bancária ou outra forma de débito.
Essas orientações visam minimizar prejuízos e garantir a continuidade das operações financeiras dos clientes afetados pela maior liquidação extrajudicial já registrada no Brasil.
Para mais detalhes sobre o processo e seus efeitos, acesse o fonte oficial.


