A Polícia Civil de Goiás deu início a uma operação para investigar uma suspeita de fraude milionária em um contrato da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, fechado com uma empresa localizada em Palmas, Tocantins. As irregularidades envolvem um pagamento antecipado integral que, segundo a polícia, foi efetuado sem a comprovação adequada da prestação dos serviços contratados. O valor em questão atinge a cifra de R$ 11.600.000, que deveria ter sido pago em doze parcelas mensais após a execução do serviço de modernização da secretaria.
O que diz a investigação
A operação foi realizada na manhã de terça-feira, 18 de novembro de 2024, e resultou no cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão em diferentes localidades, incluindo Goiás, Tocantins, São Paulo, e no Distrito Federal. O delegado Cleynio Januário, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decarp), destacou que a ação investiga delitos como associação criminosa, contratação direta ilegal e fraude em licitação.
Conforme o advogado do ex-secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, ele se reunirá com seu cliente para discutir a situação antes de emitir qualquer declaração pública. Já a assessoria do ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, afirmou que ele não é alvo da operação e permanece disponível para colaborar com as investigações.
Repercussão do caso na gestão atual
A atual gestão da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que o contrato em questão foi firmado pela administração anterior e que uma das primeiras ações da nova gestão foi a suspensão do convênio. Em nota, a Secretaria enfatizou que não houve qualquer ação em sua esfera de atuação que pudesse colocar em dúvida a gestão dos recursos públicos.
As denúncias foram levantadas inicialmente a partir de um relatório da Gerência de Ações Estratégicas, que indicou irregularidades na contratação e na execução do serviço. O delegado insinuou que o estilo de vida de alguns investigados, que inclui a posse de veículos de luxo, contradiz a legitimidade da utilização dos recursos públicos destinados ao serviço de saúde.
Próximos passos da investigação
Além das buscas em várias cidades, a operação também implementou medidas cautelares que incluem a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados, além da suspensão de atividades econômicas. A polícia pretende concluir a investigação e encerrar o inquérito, podendo indiciar os envolvidos por delitos graves como associação criminosa e fraude na execução de contratos públicos.
Notas de instituições envolvidas
O Instituto Idesp, diretamente relacionado ao contrato, declarou estar colaborando com as investigações e reafirmou seu compromisso com a ética e a transparência. Em nota, o instituto tranquilizou a população ao afirmar que a situação não afeta a qualidade dos serviços prestados na saúde pública.
Enquanto isso, o ex-prefeito Rogério Cruz reforçou sua disposição em colaborar com as autoridades, alegando que não é parte alvo da investigação em curso, e reafirmou sua separação das ações dos ex-servidores que estão sendo investigados.
Contexto e implicações para a saúde pública
Esse episódio levanta preocupações sobre a gestão de contratos na saúde pública em Goiás e poderá contribuir para um debate mais amplo sobre a transparência na administração municipal. A notícia de uma possível fraude tão significativa, especialmente em um setor tão crucial como o da saúde, provoca uma reflexão sobre a vigilância e os mecanismos de controle aplicados a contratos públicos no Brasil.
O desenrolar da investigação promete ser acompanhando de perto pela população e pela mídia, uma vez que irá impactar diretamente na confiança do público em relação aos serviços públicos oferecidos e na necessidade de um aperfeiçoamento das práticas de fiscalização e gestão de recursos em diferentes esferas do governo.
À medida que mais informações se tornam disponíveis, a sociedade espera por respostas e pela responsabilização dos envolvidos em possíveis práticas fraudulentas, reafirmando a importância da ética e da transparência na administração pública.
Para mais informações e atualizações sobre esse caso, continue acompanhando as notícias na g1 Goiás.


