Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Arquitetura sustentável: adaptações frente à crise climática

Projetos de bioconstrução e materiais ecológicos mostram caminhos para construções mais sustentáveis na Argentina

Em La Plata, na Argentina, um edifício projetado por Gustavo San Juan exemplifica como a arquitetura pode se adaptar à crise climática. Com técnica de bioconstrução e uso de materiais reciclados, o Centro de Energia Renovável busca inspiração para o setor de construção sustentável no país.

Inovação e materiais ecológicos na arquitetura argentina

Construído com tijolos feitos de plástico reciclado, micélio de fungo e resíduos agroindustriais, o edifício representa avanços na utilização de tecnologias menos nocivas ao meio ambiente. Alejandra Núñez Berté, diretora do Projeto Abriga, destaca que a lã de ovelha, um subproduto da tosquia normalmente descartado, foi usada como isolamento térmico e acústico, promovendo economia de recursos.

Segundo Gustavo San Juan, o uso de estratégias tradicionais, como aproveitar o sol para aquecer e oferecer sombra para resfriar, deve ser recuperado com a tecnologia do século 21. “Não podemos seguir construindo como há 40 anos”, afirma.

Construções que combatem as mudanças climáticas

O setor de construção é responsável por 37% das emissões globais de CO₂ e por um terço do consumo de energia, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Na Argentina, esse setor consome 40% da energia do país, ainda baseado em materiais convencionais como cimento, aço e tijolos.

Embora ainda prevaleçam técnicas tradicionais, há avanços na incorporação de métodos mais eficientes, como a construção seca com painéis pré-fabricados, que reduz significativamente o consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa, aponta Miguel Ippolito, da Câmara Argentina da Construção.

Desafios e perspectivas para uma arquitetura mais sustentável

Carolina Ganem, do Conicet, aponta a necessidade de regulamentações específicas para diferentes regiões climáticas, para estimular a adoção de práticas construtivas mais sustentáveis. A Argentina, ainda em processo, busca ampliar as normativas para incentivar construções ecológicas.

Projetos de bioconstrução e eficiência energética também ajudam a enfrentar o déficit habitacional que afeta milhões de argentinos, sobretudo as famílias mais pobres. Melhorias na isolação e uso de tecnologias acessíveis podem reduzir o uso de combustíveis caros e poluentes, além de diminuir o impacto ambiental.

Regulamentação e certificações na construção sustentável

Embora existam normas voluntárias, a falta de uma regulamentação nacional clara limita a expansão de práticas sustentáveis. A certificação LEED, reconhecida mundialmente, já aponta um crescimento na demanda por construções inteligentes e ecológicas na Argentina, que outrora era considerada um país com baixo índice de edifícios sustentáveis na América Latina.

Segundo especialistas, o fortalecimento de normativas e incentivos será fundamental para que o setor de construção contribua de forma efetiva para a mitigação das mudanças climáticas e para a adaptação às novas condições ambientais do século 21.

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