Brasil, 14 de novembro de 2025
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Ex-presidente do INSS e oito presos na nova fase da operação Sem Desconto

A Polícia Federal prendeu o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em nova fase da Operação Sem Desconto.

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, e mais oito pessoas em uma nova fase da Operação Sem Desconto. A operação apura um esquema de corrupção e desvios bilionários na previdência social, onde Stefanutto e outros indivíduos estão sendo apontados como integrantes do “núcleo político” de uma organização criminosa, que teria se associado a sindicatos para desviar valores dos contracheques de aposentados.

Novas Revelações Sobre o Esquema de Corrupção

De acordo com a PF, Alessandro Stefanutto teria recebido até R$ 250 mil por mês em propinas. A maior parte dos repasses ocorreu entre junho de 2023 e setembro de 2024. Outros investigados, como o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira, também foram citados. Porém, o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) é identificado como o maior beneficiário do esquema, com repasse mínimo de R$ 14,7 milhões, os quais foram supostamente transacionados através de uma loteria e uma construtora.

Os investigadores afirmam que os réus negam quaisquer envolvimentos no esquema, mas a PF apresentou mensagens de texto e registros de transferências que apoiam suas alegações. Além disso, a nova fase da operação investiga o papel de políticos nas relações com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que teria recebido mais de R$ 708,3 milhões do INSS, dos quais cerca de R$ 640,9 milhões foram desviados.

Operação Sem Desconto: Prisões e Apreensões

A operação contou com dez mandados de prisão preventiva, sendo que um segue em aberto. O presidente da Conafer, Carlos Lopes, está sendo considerado foragido. O dia de trabalhos da PF também resultou em 63 mandados de busca e apreensão realizados em 14 estados e no Distrito Federal.

Durante as ações, a PF apreendeu um cofre com dinheiro em espécie, um fuzil, uma pistola, munições e dois carros de luxo em São Paulo e Brasília. Entre os novos presos estão Cícero Marcelino, considerado o braço financeiro da organização, e Thaisa Hoffmann, mulher de Virgílio Oliveira. Além disso, foi emitido um novo pedido de prisão para o lobista Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, que já estava detido.

A Implicação de Stefanutto e a Resposta de Sua Defesa

A PF revelou que Stefanutto usou diversas empresas de fachada, incluindo um escritório de advocacia e uma pizzaria, para lavar o dinheiro desviado. Ele teria desempenhado um papel crítico na facilitação dos acordos de cooperação técnica necessários para que entidades como a Conafer realizassem descontos automáticos em aposentadorias e pensões.

Em nota, a defesa de Stefanutto descreveu sua prisão como “completamente ilegal”, argumentando que ele colaborou desde o início com as investigações e que sua inocência será comprovada. O ex-ministro Oliveira, por sua vez, teve uma tornozeleira eletrônica instalada após a decisão do STF, e também negou irregularidades, insistindo que qualquer abuso foi praticado por entidades externas.

Mensagens Reveladoras e Codinomes no Esquema

Mensagens obtidas pela PF mostram que os integrantes do “núcleo financeiro” utilizavam codinomes para se referir a ex-integrantes da cúpula do INSS e ao deputado Euclydes Pettersen. O ex-presidente do INSS era chamado de “Italiano”, enquanto Oliveira era conhecido como “Yasser” e “São Paulo”. A PF afirma que a aparente legalidade conferida por Stefanutto às operações ilícitas foi crucial para o funcionamento do esquema.

As investigações continuam, e a PF enfatiza a importância de responsabilizar os envolvidos na operação que comprometeu um fundo tão crucial para a população brasileira, como a previdência social.

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