Na última quinta-feira (13/11), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou em Brasília a criação de uma comissão entre os países do Mercosul com o objetivo de combater o crime organizado transnacional. A medida visa integrar as ações dos membros do bloco econômico para enfrentar esse desafio crescente, que afeta a segurança pública e a estabilidade das nações da região.
A diretiva da nova comissão
Durante a Reunião de Ministros do Interior e da Segurança dos países do Mercosul, o ministro Lewandowski destacou que a comissão não apenas representa a criação de um organismo permanente, mas também a implementação de uma estratégia coordenada com metas de curto, médio e longo prazo. “Criamos uma comissão e uma estratégia contra o crime organizado transnacional. Isto representa não apenas um organismo permanente para enfrentar esse problema, mas estabelecer uma estratégia permanente”, afirmou Lewandowski.
A pauta do encontro coincidiu com a crescente preocupação no Brasil a respeito do enfrentamento a facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Esta discussão é especialmente relevante após a recente megaoperação nas favelas do Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas, levando o governo a propor medidas mais rigorosas contra esses grupos. No entanto, essas propostas enfrentam resistência no Congresso, onde estão atualmente travadas.
Banco de dados e colaboração entre os países
Lewandowski mencionou que a nova comissão permitirá a criação de um banco regional de dados, focado na coleta de informações sobre indivíduos vinculados a facções criminosas. “Essa comissão vai evoluir para criar um banco regional de dados, sobretudo sobre os faccionados”, acrescentou o ministro. Ele também salientou que não há uma solução mágica para o problema e que os países membros estão aprendendo uns com os outros para uma atuação mais efetiva.
Outro ponto destacado na reunião foi a assinatura de um acordo de cooperação para fortalecer a luta contra o tráfico de pessoas, crime que se tornou uma das prioridades da agenda de segurança do Mercosul. “É um flagelo, um fenômeno muito negativo, e agora temos um mecanismo de cooperação contra esse crime hediondo”, enfatizou Lewandowski.
Impacto no desenvolvimento econômico
A reunião também possibilitou discussões sobre o projeto do corredor bioceânico, que visa conectar o Oceano Atlântico ao Pacífico. O corredor é considerado essencial para o desenvolvimento econômico e a integração entre os países do Mercosul. Em uma declaração conjunta, os ministros abordaram a importância deste empreendimento, que promete melhorar a logística e o fluxo de mercadorias na região.
“Nós assinamos uma declaração conjunta sobre o corredor viário bioceânico, um empreendimento enorme, de grande importância. Será um grande avanço em economia e transporte […]. Acertamos os aspectos relativos à segurança, mas os integrantes estão preparados para garantir a segurança das pessoas e o fluxo das mercadorias”, disse Lewandowski.
Preocupações ambientais
Além da segurança pública e da economia, as questões ambientais também foram discutidas. O ministro ressaltou que houve preocupação expressa pelos Estados membros em relação a crimes que afetam o meio ambiente, especialmente em um contexto de crise climática. “Nós manifestamos nossa intenção de aderir aos marcos legais internacionais que protegem o meio ambiente”, afirmou Lewandowski.
Este conjunto de ações demonstra a intenção do Mercosul de enfrentar desafios multifacetados através da cooperação e integração entre os países membros, com foco não apenas na segurança, mas também na sustentabilidade e desenvolvimento econômico.
Com a implementação dessa comissão, espera-se que os países do Mercosul possam enfrentar o crime organizado de forma mais efetiva, promovendo, assim, mais segurança e harmonia na região.
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