Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) deu início a uma nova fase da Operação Sem Desconto, que resultou na apreensão de um cofre com dinheiro em espécie, um fuzil e uma pistola, além de dois carros de luxo. A operação tem como foco intensificar as investigações sobre um esquema de descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas, detectando crimes de estelionato e organização criminosa.
As apreensões e os alvos da operação
Durante a ação, a PF confiscou um Cadillac em São Paulo e um Mustang em Brasília. As armas encontradas, juntamente com a quantia em dinheiro, estavam distribuídas entre endereços de pessoas ligadas a um deputado estadual do Maranhão e em uma residência em Goiás. No total, a operação abrange 14 estados e o Distrito Federal, com 10 mandados de prisão preventiva e 63 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos.
A iniciativa ocorre em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), que está aprofundando as investigações sobre práticas questionáveis no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde a cúpula e colaboradores próximos estão sob suspeita de inserir dados falsos em sistemas oficiais e participar de atos de corrupção.
Detidos e foragidos
Entre os mandados de prisão emitidos estão figuras proeminentes como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o ex-diretor André Fidelis, e o ex-procurador Virgílio Filho. A PF também está na busca pelo ex-presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), Carlos Lopes, que encontra-se foragido, e pelo conhecido lobista “Careca do INSS”, que já está detido no Complexo da Papuda em Brasília.
A operação levanta questões significativas sobre a maneira como os serviços de previdência foram administrados, apontando indícios de corrupção sistemática. O escopo é amplo, e as investigações têm como alvo não apenas os ex-dirigentes do INSS, mas também empresários e associados que possam ter colaborado com as práticas irregulares.
Reações à operação
As reações à operação estão aquecidas. A defesa de Stefenuto declarou em nota que a prisão é “completamente ilegal”, argumentando que seu cliente tem colaborado com as investigações desde o início e deve conseguir comprovar sua inocência. Tais declarações apontam para um clima de tensão e desconfiança entre as autoridades e aqueles sob investigação.
A operação tem sido considerada um marco na luta contra a corrupção no Brasil, demonstrando a disposição das autoridades em perseguir práticas ilícitas que comprometem a integridade do sistema previdenciário e afetam diretamente o bem-estar dos cidadãos.
Esquema de estelionato previdenciário
De acordo com a PF, os suspeitos estão envolvidos em crimes de estelionato previdenciário e corrupção ativa e passiva. A investigação revela um complexo sistema de fraudes e manipulações, onde aposentados e pensionistas foram alvos de descontos indevidos que podem ter causado danos financeiros significativos às vítimas.
As autoridades esperam que essa nova fase da operação não apenas leve à responsabilização dos envolvidos, mas também ajude a restaurar a confiança no INSS e nos serviços públicos de previdência social, essenciais para a segurança econômica da população.
Com o avanço das investigações, novos desdobramentos podem surgir, e a expectativa é de que a operação Sem Desconto continue a desmantelar redes de corrupção que exploram o sistema previdenciário brasileiro.
As prisões e apreensões decorrentes dessa ação são um sinal de que medidas rigorosas estão sendo tomadas para coibir práticas ilícitas e proteger os direitos dos aposentados e pensionistas no Brasil.



