Na última quinta-feira, 13 de novembro, o Papa Leão XIV divulgou um quirógrafo estabelecendo o Apostolado do Mar como o órgão central de coordenação da Obra do Apostolado do Mar. Esta iniciativa visa promover o cuidado pastoral das “pessoas do mar”, incluindo navegantes, marítimos e suas famílias, assim como aqueles que têm suas vidas entrelaçadas ao universo da navegação e da pesca em mares, rios e lagos.
A Igreja e a assistência aos navegantes
A preocupação da Igreja com as necessidades espirituais das pessoas do mar não é nova. O quirógrafo menciona as “intervenções pastorais e legislativas da Sé Apostólica” que têm buscado atender as demandas espirituais dos fiéis que, por conta da mobilidade humana, não conseguem acessar a cura pastoral habitual. Este esforço remonta ao motu proprio Iam pridem, assinado por Pio X em 1914, que já havia traçado diretrizes para este atendimento.
O documento também faz referência ao decreto Apostolatus Maris, de setembro de 1977, da então Pontifícia Comissão para o Cuidado Espiritual dos Migrantes e Itinerantes, que revisou normas e faculdades à luz das deliberações do Concílio Vaticano II. Além disso, menciona o motu proprio Stella Maris, de São João Paulo II, de 1997, que atualizou preceitos anteriores, ressaltando a decisão do Papa Francisco de que a direção da Obra do Apostolado do Mar deveria ser atribuída ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, responsável pela pastoral dos migrantes e itinerantes.
O quirógrafo destaca a criação do novo órgão central e de coordenação do Apostolado do Mar como uma expressão do “vivo desejo” da Igreja em continuar seu compromisso com o cuidado espiritual das pessoas que atuam no ambiente marítimo, de forma entusiástica e generosa.
Processo consultivo para a formação do apostolado
A formação do Apostolado do Mar é resultado de um longo processo de consultas iniciado em outubro de 2022. Este processo envolveu diretores nacionais e bispos que promovem a Obra do Apostolado do Mar em diferentes continentes. Em 2025, as consultas foram aprofundadas com discussões específicas sobre os objetivos e a estrutura do novo organismo.
As consultas foram dirigidas pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que, conforme o artigo 166 § 1 da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, não só dirige toda a Obra do Apostolado do Mar, mas também supervisiona seu órgão central.
O compromisso da Igreja em fortalecer o cuidado espiritual e pastoral das pessoas do mar reafirma a relevância da fé e da comunidade nas vidas desses indivíduos, muitas vezes isolados em suas jornadas marítimas. A criação do Apostolado do Mar representa uma nova era na assistência espiritual, buscando fazer a diferença na vida daqueles que dedicam suas vidas a um trabalho tão essencial e, por vezes, perigoso.
É por meio desse olhar atento e acolhedor que a Igreja reafirma seu papel de acompanhamento e apoio às realidades contemporâneas, reconhecendo a singularidade da experiência daqueles que mantêm um vínculo especial com o mar.
Com a instituição do Apostolado do Mar, a expectativa é que novos projetos e iniciativas possam ser desenvolvidos, garantindo que todos aqueles que vivem e trabalham no sector marítimo saibam que têm o apoio e a oração da Igreja, reforçando assim os laços de comunhão e solidariedade.
Para mais informações sobre o quirógrafo e o Apostolado do Mar, você pode acessar a notícia completa através do link oficial do Vatican News.


