Brasil, 13 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Rio Grande do Sul indeniza esposa de policial morto em operação

Estado deverá pagar R$ 100 mil a Raquel Biscaglia, que perdeu o esposo durante ação em Gravataí.

O estado do Rio Grande do Sul foi condenado a indenizar em R$ 100 mil a mulher de um policial civil morto durante uma operação em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, em 2017. O agente, Wilsen da Silveira, de 39 anos, atuava como escrivão de polícia e foi atingido por um tiro no rosto durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

A tragédia e suas consequências

A sentença proferida pelo juiz Frederico Ribeiro de Freitas Mendes, da 1ª Vara Cível da Comarca de São Gabriel, reconhece a dor e o sofrimento causados à esposa do policial, Raquel Biscaglia, que também é policial civil e presenciou a morte do companheiro. Raquel estava grávida na época e alegou que o trauma da perda levou à interrupção da gestação. O juiz considerou que o sofrimento emocional experimentado por Raquel foi intenso e caracterizou uma “dupla lesão à dignidade da pessoa humana e ao seu projeto de vida familiar”.

Falta de segurança em operações policiais

No tribunal, Raquel atribuiu ao estado a responsabilidade pela falta de condições mínimas de segurança e apoio durante a operação policial em que seu marido foi morto. Ela e seus advogados argumentaram que o governo não tomou as medidas necessárias para garantir a segurança dos policiais, expondo-os a situações de risco sem o devido preparo ou equipamento.

Os representantes do estado, por sua vez, contestaram as alegações da esposa do policial, sustentando que Raquel não tinha comprovado a falta de segurança. Contudo, o juiz concordou com os argumentos de Raquel, afirmando que a ausência de precauções adequadas por parte do estado foi um fator que contribuiu para a tragédia.

Dados legais sobre a indenização

O juiz também mencionou o chamado “dano moral por ricochete”, que se refere ao sofrimento que os familiares de uma vítima direta enfrentam em decorrência do evento. A decisão judicial reflete não apenas a perda da vida do policial, mas também o impacto devastador que isso teve na vida de sua esposa e família.

Após a sentença, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RS) informou que irá avaliar as medidas jurídicas cabíveis assim que for oficialmente intimada sobre a decisão. Embora exista a possibilidade de recurso, até o momento, o estado não anunciou se pretende contestar a condenação.

Reflexões sobre a segurança de policiais

A tragédia envolvendo o policial Wilsen da Silveira levanta importantes questionamentos sobre as condições de trabalho e a segurança dos agentes de segurança pública no Brasil. Muitos policiais enfrentam situações de grande risco sem o treinamento adequado ou ferramentas de proteção necessárias para garantir sua integridade e a de seus colegas. Essa situação não só coloca em risco a vida dos policiais, mas também afeta profundamente suas famílias, como evidenciado pelo caso de Raquel Biscaglia.

As autoridades e a sociedade civil precisam se unir em uma discussão mais ampla sobre a segurança nas operações policiais e a necessidade de políticas públicas que garantam uma proteção eficaz para aqueles que dedicam suas vidas a manter a ordem e a segurança da população. O caso de Gravataí é um exemplo trágico de que a falta de suporte e segurança pode ter consequências devastadoras, não apenas para as vítimas diretas, mas para suas famílias e a sociedade como um todo.

Assim, a ordem judicial que determina a indenização de R$ 100 mil para Raquel Biscaglia não é apenas uma questão legal, mas um chamado à conscientização sobre as realidades enfrentadas pelos policiais e suas famílias, e a necessidade urgente de mudanças na abordagem governamental em relação à segurança pública.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes