Documentos do processo de Epstein, divulgados nesta semana, contêm emails que apontam as comunicações entre Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, e uma tentativa de preparar respostas para possíveis perguntas sobre Donald Trump durante a presidência. Os emails oferecem uma visão inédita sobre as relações e estratégias envolvendo figuras de alto perfil e o ex-presidente.
O conteúdo dos emails envolvendo Trump
Contato de Epstein com Maxwell em 2011
O primeiro email, datado de abril de 2011, mostra Epstein conversando com Maxwell. Epstein escreve: “quero que você perceba que o cão que não latiu é Trump… [Vítima] passou horas na minha casa com ele, nunca foi mencionado, polícia, etc. Estou 75% lá”. Maxwell responde: “Estive pensando sobre isso…”. Essa troca sugere uma preocupação com como a relação de Epstein com Trump poderia ser percebida pelas autoridades.
Mensagem de Epstein a Michael Wolff em 2019
Outro email, enviado em janeiro de 2019, mostra Epstein dirigindo-se a Wolff, biógrafo de Trump. Epstein relata: “[Vítima] Mara Lago. Trump disse que pediu para eu sair e nunca foi membro. Ele sabia das meninas, pois pediu a Ghislaine para parar”. Essas frases indicam conhecimentos e possíveis conversas privadas entre Epstein e Trump, embora sem comprovação de envolvimento direto em delitos, até o momento.
Estratégia para eventos públicos em 2015
Um terceiro email, de dezembro de 2015, após o anúncio da candidatura presidencial de Trump, mostra Epstein consultando Wolff sobre uma possível resposta a perguntas do CNN. Epstein questiona: “Se pudermos montar uma resposta para ele, qual você acha que deveria ser?”. Wolff sugere que Epstein deixe Trump se “enforcar”, ou seja, se expor ou negar a relação, o que poderia gerar benefício político, se bem usado como estratégia de PR.
Relevância e interpretações
As mensagens revelam uma tentativa aparente de Epstein e Maxwell de influenciar ou explorar a narrativa pública de Trump, mesmo meses antes da eleição presidencial. A sugestão de “deixar Trump se enforcar” indica uma estratégia de manipulação da opinião pública e potencial uso político. Contudo, não há evidências concretas de que Trump tenha envolvimento direto nos crimes de Epstein, apenas indícios de relação social e comunicação.
Especialistas alertam que os emails mostram o nível de preocupação de Epstein com sua imagem e possíveis ataques políticos, além de sua influência em pessoas próximas à política de longa data. A divulgação dessas mensagens reacende debates sobre o alcance das conexões de Epstein no poder e na elite.
Implicações futuras e contexto político
A divulgação dos textos ocorre em um momento em que questões sobre a influência de figuras poderosas no esquema de Epstein voltam ao centro do debate público. Trump, por sua vez, nega qualquer envolvimento ou conhecimento aprofundado das atividades ilegais do condenado, reforçando que as conversas nos emails não representam envolvimento criminal.
O conteúdo reforça a importância de examinar de perto os contatos de Epstein com políticos e empresários de alto escalão, além de levantar a questão sobre como as estratégias de manipulação podem impactar a reputação de figuras públicas e processos judiciais.
As pesquisas continuam, e a expectativa é que novas informações venham à tona, aprofundando a compreensão sobre as ligações de Epstein com o universo político e social americano.


