A Califórnia é o estado com o maior número de rodovias perigosas nos Estados Unidos, confirmando sua fama não apenas pelas suas belezas naturais, mas também pelos riscos nas estradas. Um estudo recente revelou que a I-15, que liga Los Angeles a Las Vegas, é a rodovia mais mortal do país, seguida por outras duas rodovias californianas entre as dez mais perigosas. O cenário traz à tona questões sobre segurança viária, comportamentos dos motoristas e a infraestrutura rodoviária.
Rodovias californianas lideram o ranking
De acordo com a análise feita pela firma de advocacia Angel Reyes & Associates, a I-15 em San Bernardino County registrou 80 acidentes fatais nos últimos três anos, tornando-se a rodovia mais letal da América. Este trecho é notoriamente usado tanto por turistas quanto por caminhões de carga, enfrentando condições adversas no deserto, que aumentam o risco de acidentes. O alto volume de tráfego, especialmente nos fins de semana, e as altas velocidades estabelecidas na rodovia contribuem para a gravidade da situação.
Além da I-15, a Califórnia apresenta a I-10, que ocupa o terceiro lugar, com 54 fatalidades registradas. A rodovia é essencial para a conexão entre Los Angeles e Palm Springs e enfrenta volumes de tráfego intenso, com mudanças frequentes de faixa e a combinação de motoristas locais e viajantes. Outro ponto crítico é a I-5 em San Diego, que ficou em oitavo lugar, com 42 mortos, consequência de congestionamentos e manobras arriscadas por parte dos motoristas.
Compreendendo as causas dos acidentes
O comportamento humano é um fator crucial em muitos acidentes. Em 2022, quase 43 mil americanos perderam a vida em colisões de trânsito, com distrações, fadiga e excesso de velocidade sendo os principais responsáveis. Os dados indicam que a maior parte dos acidentes fatais ocorre entre as 18h e meia-noite, um período marcado por menor visibilidade e aumento das ocorrências de direção sob efeito de álcool.
Katherine Vasquez, especialista em tráfego e segurança viária, ressalta que “mesmo com os avanços na segurança veicular, como sistemas de frenagem automática e controle de estabilidade, a educação sobre direção defensiva ainda precisa ser priorizada. O aumento do tráfego, impulsionado pelo crescimento populacional em estados como a Califórnia, intensifica esses riscos.”
Infraestrutura deficiente e suas consequências
A infraestrutura das rodovias dos EUA também não tem acompanhado as necessidades atuais. Muitas das principais estradas não passaram por reformas significativas em décadas, resultando em iluminação inadequada, omissões na sinalização e faixas estreitas que aumentam as chances de acidentes fatais. A combinação de dimensões ineficazes nas rodovias e funções multifuncionais, como transporte local e intermunicipal, gera situações perigosas.
Outras rodovias perigosas na lista
Pelo ranking, além da I-15 e I-10, outras rodovias que se destacam por suas fatalidades incluem a I-94 em Cook County, Illinois, com 52 mortes; a I-40 em Bernalillo County, New Mexico, com 48 fatalidades; e a US-60 em Maricopa County, Arizona, que totalizou 45 acidentes fatais.
Essas rodovias enfrentam desafios únicos, como intempéries climáticas que podem causar condições perigosas, e a alta carga de caminhões e veículos de viagem, que frequentemente transitam nessas áreas. As condições do tempo, como tempestades de poeira e chuva forte, tornam as estradas ainda mais traiçoeiras.
Que medidas podem ser tomadas?
Para mitigar esse problema crescente, especialistas sugerem uma combinação de melhorias de infraestrutura, campanhas de conscientização sobre segurança no trânsito e rigorosa aplicação das leis de tráfego, principalmente em áreas de alto risco. Investimentos em tecnologia, como sensores de tráfego e controle de velocidade eletrônico, também podem ser parte da solução, visando aumentar a segurança nas estradas.
Enquanto a Califórnia continua a dominar a lista das rodovias mais mortais, é evidente que a combinação de fatores — econômicos, sociais e comportamentais — desempenha um papel significativo na segurança de nossos deslocamentos. A conscientização e a educação são fundamentais para mudar a cultura de direção e reduzir as trágicas estatísticas que cercam nosso tráfego rodoviário.
Esse estudo serve como um alerta vermelho para motoristas e autoridades sobre a importância de se investir em rodovias mais seguras e em um comportamento mais responsável ao dirigir.
