Na manhã desta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou no Palácio do Planalto todos os seus ministros que já ocuparam o cargo de governador para uma reunião crucial a respeito da segurança pública. Este tema emergiu como uma das principais preocupações do governo federal após a tragédia da operação policial realizada no dia 28 de outubro no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas.
A urgência do tema segurança pública
O aumento da violência no Brasil se torna cada vez mais alarmante e, neste contexto, a segurança pública se destaca como uma prioridade para a gestão atual. O embate recente no Congresso, onde o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), designou o secretário de Segurança Pública licenciado de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), para relatar um projeto de lei Antifacfacção elaborado pelo Executivo, trouxe à tona críticas sobre a condução da política de segurança e as estratégias propostas.
Os pareceres elaborados por Derrite foram contestados por membros do governo, evidenciando a discordância entre poderes e os desafios enfrentados para implementar soluções eficazes. Este cenário exige uma abordagem coordenada entre as várias esferas do governo, algo que Lula espera abordar na reunião desta quinta.
Quem participa da reunião?
Entre os participantes do encontro estão figuras influentes que já governaram estados e possuem experiência em gestão pública. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, e demais ministros que têm uma bagagem significante em administração pública. A reunião terá a presença também de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, que é responsável pelas ações de segurança pública, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, conhecido por mobilizar a Receita Federal contra facções criminosas.
Além deles, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, terá um papel vital na negociação e aprovação das propostas no Congresso voltadas para a área de segurança pública.
Reuniões anteriores
Essa não é a primeira vez que Lula se reúne com sua equipe para discutir a segurança do país. Na semana passada, durante sua visita a Belém para a COP30, o presidente abordou o tema com alguns ministros. Durante essa reunião, o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, sugeriu a unificação das várias ações do governo na área de segurança sob uma única direção. Embora tenha indicado a possibilidade de iniciativas como a construção de centros integrados de segurança, Sidônio não poderá participar da atual reunião devido a uma infecção por Covid-19.
A percepção da população sobre a segurança
As recentes operações policiais e o aumento da violência têm impactado diretamente a popularidade do governo. Uma pesquisa da Quaest, divulgada na quarta-feira, revelou que apenas 47% da população brasileira aprova a gestão de Lula, enquanto 50% desaprovam. Esses números revelam um estancamento em sua popularidade, em contraste com meses anteriores em que a avaliação mostrava uma leve recuperação.
A Quaest aponta que a queda na percepção positiva do governo está ligada à operação policial de outubro, que intensificou a preocupação da população com a segurança. O temor com a violência saltou de 30% para 38% em um mês, enquanto as questões econômicas continuaram em segundo plano, com apenas 15% de preocupação.
O caminho a seguir
A reunião de hoje é vista como uma oportunidade para que os ministros ex-governadores compartilhem experiências e proponham soluções práticas e concretas para enfrentar a complexa questão da segurança pública. Há uma expectativa de que, além de medidas imediatas, o governo também apresente um planejamento a longo prazo que envolva a sociedade civil, as forças de segurança e as comunidades para que as ações tenham a abrangência necessária para combater as facções criminosas e a violência nas ruas.
Assim, o governo Lula enfrenta um grande desafio, mas também a possibilidade de implementar um modelo de segurança que seja eficaz e benéfico para toda a população brasileira, visando à construção de um futuro mais seguro para o país.


