A Polícia Civil de Bebedouro, em São Paulo, realizou na manhã desta quinta-feira, 13 de novembro, a exumação do corpo de Walter Gilmar de Pádua Carneiro, ex-marido da professora de estética Jussara Luzia Fernandes, de 62 anos. Jussara está detida desde outubro, indiciada pelo homicídio de seu namorado, Alex Sandro da Silva Rocha, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado enterrado no quintal de sua casa.
Crimes interligados e suspeitas de homicídio
Walter Carneiro, que tinha 65 anos, foi encontrado sem vida em janeiro de 2023 na piscina da residência onde Jussara atualmente vive. Na época, a professora declarou que havia encontrado o corpo após uma entrega de entrega de encomenda. Inicialmente, a morte foi registrada como suspeita de afogamento. No entanto, a recente revelação do homicídio de Alex Sandro levantou dúvidas sobre as circunstâncias da morte de Walter, levando a polícia a investigar mais a fundo.
Na última semana, a Polícia Civil já havia realizado uma reconstituição da morte de Alex, cujas circunstâncias foram definidas como um crime brutal, onde a vítima foi esfaqueada até a morte com 72 golpes de tesoura. A reconstituição contou com a participação de Jussara, que na ocasião insistiu na alegação de legítima defesa, afirmando ter sido agredida pelo namorado. A professora também envolveu seu filho no caso, afirmando que ele a ajudou a enterrar o corpo, o que foi contestado pela investigação com base em imagens de câmeras de segurança.
Exumação do corpo e coleta de evidências
Hoje, com autorização da Justiça, os peritos do Instituto Médico Legal (IML) iniciaram a exumação no Cemitério de Bebedouro, onde Walter foi enterrado. O objetivo é realizar uma análise detalhada dos restos mortais, que poderá esclarecer as circunstâncias reais da morte do ex-marido de Jussara. Segundo a investigação, a coleta de amostras é crucial para a formação de um laudo que pode evoluir a investigação em novos desdobramentos.
A exumação representa uma nova fase nas investigações. O delegado João Vitor Silvério, envolvido no caso, ressalta a necessidade de esclarecimentos, uma vez que as evidências coletadas poderiam eventualmente conectar os dois homicídios. “Estamos em busca de respostas que possam trazer clareza a este caso complicado”, afirmou.
Painel de dúvidas e contradições
A investigação se complica ainda mais, uma vez que Jussara aparenta relatar contradições em seus depoimentos. Durante a reconstituição, ela sustentou que seu filho havia ajudado a levar os restos de Alex para o quintal, situação que foi contradita por filmagens que não mostraram a presença do filho na casa no momento em questão. O delegado Silvério destacou que este fator é um dos principais pontos de dúvida em relação à veracidade do testemunho da professora.
Além disso, um homem que foi contratado por Jussara para realizar a escavação do buraco onde Alex foi enterrado também prestou depoimento. Ele negou ter conhecimento sobre a verdadeira finalidade do serviço, alegando que Jussara lhe disse que seria para enterrar um cachorro de grande porte. Esse aspecto do caso levanta ainda mais questões sobre as intenções e ações de Jussara.
O que vem a seguir?
A Polícia Civil segue investigando as ligações entre os dois casos e espera que a análise dos restos mortais de Walter Carneiro forneça esclarecimentos necessários. O caso de Jussara Luzia Fernandes suscita um grande interesse público, especialmente pelo seu desfecho trágico e pelas complexidades que envolvem as dinâmicas de relacionamento abusivos e crimes em contexto familiar.
O desdobramento deste caso também traz à tona questões sociais e legais significativas, além de abrir espaço para discussões sobre violência doméstica e os mecanismos de defesa que podem ser utilizados em situações extremas. A continuidade das investigações e os resultados das análises periciais serão determinantes para os próximos passos tanto no âmbito jurídico quanto social.
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