TOPEKA — O condado envolvido em um raid contra um pequeno jornal do Kansas em 2023 pagará um total de R$ 15 milhões a três jornalistas e a um vereador da cidade. O caso gerou ampla repercussão e levantou questões sobre a liberdade de imprensa e o uso inadequado de mandados de busca.
Acordos feitos pelo condado
Em dois dos quatro acordos firmados, o Escritório do Xerife de Marion também elaborou uma declaração expressando arrependimento. A declaração menciona: “O Escritório do Xerife deseja expressar seus sinceros arrependimentos a Eric e Joan Meyer e Ruth e Ronald Herbel pela sua participação na elaboração e execução dos mandados de busca do Departamento de Polícia de Marion em suas casas e no Marion County Record. Isso provavelmente não teria acontecido se a legislação estabelecida tivesse sido revisada e aplicada antes da execução dos mandados.”
A comissão do condado de Marion aprovou os acordos na segunda-feira com Eric Meyer, proprietário e editor do Marion County Record, e Ruth Herbel, que é vereadora da cidade e teve sua casa vasculhada juntamente com a redação do jornal. Os acordos estão alinhados com declarações de consentimento que devem ser entregues em seus processos federais contra o condado.
Implicações legais para o jornal
O condado foi um agente secundário nos raids, de acordo com Meyer, mas os acordos podem desempenhar um papel importante nos casos atuais do jornal contra a cidade. “Todos os envolvidos estão 100% convencidos de que iremos a julgamento com a cidade”, afirmou Meyer. “Isso tornará mais fácil, de certa forma.”
Os acordos do condado com Deb Gruver e Phyllis Zorn, jornalistas locais cujas vidas foram bastante afetadas pela ação policial, são mais semelhantes a acordos financeiros e não incluem admissões de arrependimento.
Especificamente, o condado concordou em pagar R$ 7,5 milhões a Meyer, R$ 2,9 milhões a Herbel, R$ 2,7 milhões a Zorn e R$ 1,25 milhões a Gruver, de acordo com os contratos obtidos pelo Kansas Reflector. A maior parte desses fundos será coberta por um seguro, deixando o condado responsável por R$ 250 mil do valor total, que será pago a Meyer.
Ação contra o ex-chefe de polícia
Em uma ação separada contra o ex-chefe de polícia de Marion, Gideon Cody, que também enfrenta acusações criminais, Gruver estabeleceu um acordo no ano passado no valor de R$ 1,3 milhão. De acordo com Meyer, Zorn se aposentou de sua posição no Marion County Record, com efeito imediato.
Os acordos de segunda-feira encerram as obrigações do condado em quatro processos federais contra os governos e autoridades da cidade de Marion após os raids. Cinco casos foram consolidados em uma única ação federal, e os quatro acordos oferecem imunidade ao condado e ao escritório do xerife em relação a futuras ações legais relacionadas às buscas e apreensões ocorridas em 11 de agosto de 2023, no Marion County Record e nas residências de Meyer e Herbel.
Entrevistas que podem influenciar outros processos
O condado concordou em disponibilizar o xerife de Marion, Jeff Soyez, o detetive Aaron Christner e o subxerife Larry Starkey para entrevistas oficiais, que podem ser usadas em outros litígios. Anteriormente, os casos estavam paralisados, impossibilitando que as entrevistas ocorressem.
As reivindicações contra a cidade de Marion, seu departamento de polícia e outros funcionários, incluindo o ex-prefeito David Mayfield e o ex-chefe de polícia Gideon Cody, não estão envolvidas nos acordos atuais.
Correção: Esta história foi atualizada para refletir o valor total dos acordos de Phyllis Zorn e Deb Gruver e a posição de Zorn no Marion County Record.
