Brasil, 13 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Aliados de Guilherme Derrite criticam aceleração do PL antifacção

Aliados políticos de Guilherme Derrite manifestam descontentamento com a aceleração da tramitação do projeto de lei antifacção no Brasil.

Na cena política brasileira, a recente pressa de Guilherme Derrite, relator do projeto de lei antifacção, gerou revolta entre seus aliados. A aceleração da tramitação do projeto, que foi apresentado pelo Palácio do Planalto, foi vista como um atropelo, especialmente por figuras como o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. A avaliação é clara: Derrite “queimou a largada” num tema sensível, permitindo ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva reagir de forma contundente e tentar reverter as mudanças propostas no relatório.

Apressa ou travar?

Na última quarta-feira, Cláudio Castro fez um apelo ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para adiar a votação do projeto por 30 dias. Motta acatou o pedido e prorrogou a análise do projeto, mas apenas até a próxima terça-feira, quando a proposta será a única em pauta. A necessidade de mais tempo para discussões e audiências públicas surgiu em meio à insatisfação generalizada entre os aliados de Derrite.

Um jogo de estratégia e desgaste

A pressão sobre o prazo para a votação reflete uma estratégia orquestrada entre os governadores de direita integrantes do “Consórcio da Paz”. Eles desejam explorar o ponto fraco do governo Lula no campo da segurança pública, especialmente após a polêmica megaoperação policial no Rio que resultou em 121 mortes. Essa operação intensificou as críticas ao governo petista, aumentando a urgência de se discutir o projeto de lei com mais profundidade.

Os governadores expressam que, quanto mais tempo se gastar para discutir o tema, mais desgaste o governo Lula sofrerá. Para eles, realizar audiências públicas e reuniões poderia não apenas prolongar a discussão, mas também colocar o governo em uma posição defensiva, permitindo que a oposição se fortaleça. As expectativas entre os aliados de Castro são de que um adiamento será benéfico para eles nesse contexto.

Pressões e reações no Congresso

Derrite, que é secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, enfrentou críticas mesmo de sua base aliada. Apesar de ele ter rapidamente apresentado um relatório, alegando que sua proposta era apenas um ponto de partida para discussões, muitos consideram que ele não prolongou a discussão como inicialmente esperava. Essas pressões levaram a uma urgente necessidade de revisão do texto para que ele pudesse obter apoio tanto da base governista quanto da oposição.

O papel do PL de Jair Bolsonaro na situação também não pode ser ignorado. A bancada do partido, ao lado de outros aliados, manifestou-se a favor do adiamento da votação, buscando consenso sobre a versão final do texto. Contudo, embora a pressão tenha sido motivada por um desejo de acordo, é evidente que as intenções políticas por trás dessa movimentação visam também provocar desgaste no governo Lula.

Resultados das pesquisas e repercussões

Dados recentes da Genial/Quaest indicam que a popularidade de Lula está em queda, com 47% de aprovação e 50% de rejeição. Essa tendência, interrompida pela reação à megaoperação no Rio, reflete um clima de instabilidade para o governo. A pesquisa revelou que uma maioria significativa dos brasileiros, 73%, apoia a classificação de facções e milícias como organizações terroristas, o que se torna um argumento poderoso para os que defendem uma postura mais rígida nas questões de segurança pública.

Enquanto isso, Lula classifica a operação no Rio como uma “matança” e “desastrada”, reforçando sua intenção de se distanciar da narrativa negativa que ronda sua administração e que se intensificou após a última ação policial. A oposição busca então intensificar essa narrativa, pressionando pela adoção de um novo texto que atenda seus interesses e proporcione uma nova plataforma para atacá-lo.

Derrite, em resposta aos apelos por mais tempo, afirmou que seu substitutivo nunca foi considerado uma linha de chegada, mas sim um ponto de partida. Contudo, a falta de um consenso claro após a apresentação de quatro versões diferentes do texto mostra que a jornada para a votação do projeto de lei antifacção está longe de terminar e vem acompanhada de um intenso jogo de poder e estratégias políticas.

Os desafios políticos continuam a se desenrolar, e enquanto aliados de Castro esperam por um desgaste do governo federal, a pressão para encontrar um caminho viável no apoio à segurança pública se torna cada vez mais crítica, não apenas para o governo de Lula, mas para o futuro do próprio país.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes