Em março de 2024, foram divulgados novos trechos de e-mails do caso Epstein, revelando diálogos que ligam o financista ao ex-presidente Donald Trump e à mídia. Os documentos fazem parte de uma investigação que expõe alianças e estratégias de manipulação política envolvendo figuras de destaque.
O conteúdo dos e-mails envolvendo Epstein e Trump
Primeira troca: Epstein e Ghislaine Maxwell em 2011
O primeiro e-mail, datado de abril de 2011, mostra Epstein conversando com Ghislaine Maxwell, sua cúmplice. Epstein menciona, de forma enigmática, que “o cachorro que não latiu é Trump”, acrescentando que uma vítima passou horas na sua casa com o ex-presidente, mas que ele nunca foi mencionado pelas autoridades. Maxwell responde que vem pensando sobre o assunto. Segundo especialistas, a mensagem indica uma tentativa de monitorar possíveis ligações de Trump ao esquema de Epstein.
Segundo e-mail: Epstein a Michael Wolff em 2019
O documento revela uma mensagem enviada em janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump. Epstein escreve a Michael Wolff, biografista do ex-presidente, que “[Victim] Mara Lago” teria sido vista na mansão de Epstein, reforçando suspeitas sobre a relação de Trump com Epstein. Ainda na mensagem, Epstein afirma que Trump pediu sua renúncia, embora nunca tenha sido membro oficial do esquema de Epstein. Ele acrescenta que Trump tinha conhecimento sobre as jovens, pois teria pedido a Ghislaine para parar as ações de Epstein.
Terceiro e-mail: estratégias para o relacionamento de Trump com Epstein
Em dezembro de 2015, meses após anunciar sua candidatura presidencial, Epstein dialoga novamente com Wolff. Nessa troca, Wolff relata que discute-se com a mídia a possibilidade de Trump ser questionado sobre sua relação com Epstein. Epstein aconselha a estratégia de deixar Trump “se enforcar”, sugerindo que, se o ex-presidente negar visitas ou viagens à sua propriedade, isso pode gerar uma vantagem de reputação para Epstein. O conteúdo da conversa revela o cuidado em manipular a narrativa para benefício próprio e a tentativa de prejudicar a imagem de Trump na mídia.
Implicações políticas e estratégicas
A divulgação desses trechos reacende debates sobre as conexões entre Epstein, figuras do poder e o impacto na política americana. Especialistas indicam que as mensagens revelam uma tentativa de Epstein de influenciar ou pelo menos monitorar o comportamento de Trump, além de estratégias para explorar sua imagem pública.
Segundo analistas, as mensagens expõem uma rede de manipulação que possa ter objetivo de beneficiar Epstein ou criar alavancas de influência em momentos cruciais, como prévias eleitorais. A investigação segue ampliando o entendimento sobre as relações entre Epstein e integrantes da elite política e empresarial dos Estados Unidos.
Para quem acompanhou o caso, a revelação reforça a necessidade de uma análise aprofundada sobre os vínculos de Epstein com o poder quadrense e os efeitos dessas ligações na política nacional e internacional. O próximo passo é aguardar as possíveis implicações judiciais e políticas resultantes dessa nova documentação.
Mais detalhes podem ser acessados no relatório completo divulgado pelos investigadores do Congresso, que promete seguir trazendo novidades sobre o caso Epstein e seus vínculos com figuras relevantes do cenário político dos Estados Unidos.
