Brasil, 13 de novembro de 2025
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Senado aprova recondução de Paulo Gonet na PGR com margens apertadas

Na última quarta-feira, 12 de novembro, o Senado aprovou a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, com 45 votos a favor, quatro a mais do que o mínimo necessário para sua permanência no cargo. Essa votação já era esperada pelos líderes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas a margem apertada indica que as próximas indicações do governo serão desafiadoras.

Desafios enfrentados por Gonet na PGR

Ao todo, Gonet recebeu 20 votos a menos do que quando foi indicado pela primeira vez em 2023, quando obteve 65 votos favoráveis. Essa queda no apoio reflete um aumento significativo nas rejeições, que subiram de 11 votos “não” no início do governo Lula para 26 nesta nova votação. Críticos apontam que isso é um sinal claro de que a confiança em Gonet diminuiu ao longo de sua gestão na Procuradoria Geral da República (PGR).

A diminuição do apoio se deve, em parte, à atuação de Gonet em casos polêmicos, como a aceitação da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que resultou em sua condenação de 27 anos e 3 meses no Supremo Tribunal Federal (STF). A PGR, sob a liderança de Gonet, foi responsável por ações contra os ataques do 8 de janeiro, o que também trouxe à tona divergências políticas.

Sabatinamento e embates políticos

Mais cedo, Gonet passou por um sabatinamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que foi marcada por embates e questionamentos incisivos, especialmente de senadores alinhados ao bolsonarismo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) questionou Gonet se o PGR não “tinha vergonha” pela sua postura como acusador na trama golpista, gerando um clima tenso na sessão. O clima hostil se refletiu na votação na CCJ, que aprovou a recondução de Gonet com apenas 17 votos favoráveis e 10 contrários.

Implicações para o governo Lula

O resultado da votação já era esperado, segundo o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), mas ele salientou a importância de manter uma base política sólida e alinhada. A próxima indicação de Lula, para o Supremo Tribunal Federal, traz novos desafios, especialmente após a aposentadoria do ministro Roberto Barroso. LuLa já teria escolhido o advogado-geral da União, Jorge Messias, para essa vaga, uma decisão que enfrenta resistências tanto da oposição quanto de alguns membros do Senado.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deve preferir que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seja indicado. Essa divisão interna, com interesses conflitantes, pode complicar ainda mais a situação para o governo. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que Lula deverá se reunir com Alcolumbre nos próximos dias para discutir essa questão, embora a decisão já pareça estar tomada em favor de Messias.

Conclusão

A aprovação da recondução de Paulo Gonet à PGR evidencia um cenário político complexo para o governo Lula, com tensões evidentes e um apoio diminuto que pode ter reflexos diretos nas próximas escolhas do presidente. À medida que o governo navega por esses desafios, a necessidade de um diálogo mais aberto e uma base forte no Senado se tornam essenciais para garantir a estabilidade e eficácia das futuras gestões. Se a dinamicidade da política brasileira nos ensina algo, é que a luta pela confiança pública e política está longe de terminar.

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