O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve uma reunião rápida com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, hoje, em Niágara, Canadá, à margem do G7. A conversa, que durou aproximadamente cinco minutos, reforçou a necessidade de avançar nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Reforço na importância das negociações comerciais
Segundo interlocutores, Vieira destacou a relevância de dar continuidade aos esforços, alinhando-se às decisões dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, durante encontro na Malásia no mês passado. A proposta brasileira de negociação, enviada em 4 de novembro após reunião virtual entre as equipes, também foi reforçada na conversa com Rubio.
Diálogo cordial e perspectivas de novas reuniões
Apesar de o encontro ter sido breve, auxiliares de Vieira consideraram o diálogo “bom e cordial”. Um assessor afirmou que, na diplomacia, até minutos podem mandar uma mensagem importante. Os chefes das diplomacias concordaram em agendar uma nova reunião presencial para discutir o andamento das conversas.
Avanços considerados um gesto político relevante
Um dos interlocutores qualificou o encontro como um “gesto político importante”, ressaltando que diplomacia é construída por sinais, e que o momento representa uma evolução após um período de estagnação nas negociações com os EUA. “Foi um passo, mesmo que pequeno, na direção certa”, afirmou.
Adiado e atualizado: contexto do encontro
A reunião, inicialmente prevista para terça-feira, foi adiada devido à chegada tardia de Rubio a Niágara. O encontro aconteceu nesta quarta-feira pela manhã, após a confirmação do secretário de Estado americano na noite anterior. Uma foto do encontro mostra Vieira e Rubio com os representantes das suas delegações, evidenciando o esforço diplomático presente neste momento.
Negociações em andamento e obstáculos atuais
Apesar do movimento diplomático, as negociações para suspender a tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros ainda não tiveram avanços concretos. Segundo fontes do governo, o diálogo continua, com possibilidades de o Brasil negociar concessões setoriais ou buscar uma suspensão temporária das sobretaxas.
Sinalizações nos EUA e impacto sobre o café brasileiro
Nos últimos dias, Trump sinalizou a possibilidade de aliviar tarifas de importação de café nos Estados Unidos, uma medida vista com otimismo pelos brasileiros, já que o país é o maior exportador do grão. Apesar dessa sinalização, negócios permanecem em baixa devido à tarifa de 50%, que encarece o produto no mercado americano.
Pressa do Brasil e estratégias futuras
O presidente Lula reafirmou a urgência de avanços nas negociações, indicando até que, se necessário, entrará em contato direto com Trump após a COP 30, em Belém. As mudanças no cenário comercial dos Estados Unidos, incluindo a possibilidade de redução de tarifas, podem aliviar o impacto negativo sobre setores estratégicos brasileiros.
Contexto mais amplo das tensões comerciais
Desde a imposição da sobretaxa de 40% em agosto, o Brasil busca alternativas para aliviar o impacto no comércio bilateral. A eventual revogação dessas tarifas depende de negociações que ainda estão em estágio inicial, enquanto questões como sanções a cidadãos brasileiros continuam no centro das discussões entre os dois países.
Enquanto o diálogo político permanece aberto, o esforço do Brasil para retomar o espaço no mercado americano e diminuir as tensões comerciais ganha novos movimentos, mesmo que o caminho ainda exija paciência e negociações detalhadas.
Fonte: O Globo


