O Banco do Brasil anunciou uma redução significativa na estimativa de lucro líquido para 2025, passando de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões para entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, após registrar uma queda de 60% no lucro do terceiro trimestre. A instituição revelou que os custos com crédito aumentaram de forma mais acelerada do que o esperado no período, impactando seus resultados.
Impacto do aumento nas provisões e inadimplência
Segundo comunicado do banco nesta quarta-feira (12), as provisões para perdas com crédito tiveram um crescimento de 78% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 17,9 bilhões no terceiro trimestre. O aumento está ligado principalmente ao cenário do agronegócio, setor que representa um terço da carteira de crédito da instituição, que também enfrentou um início de mudança nas regras contábeis brasileiras.
Geovanne Tobias, diretor financeiro do Banco do Brasil, explicou em vídeo que parte do aumento nas provisões ocorreu por causa de casos específicos não antecipados. O índice de inadimplência superior a 90 dias subiu para 4,9% no trimestre, um aumento de 1,6 ponto percentual em 12 meses, sendo que na carteira de agronegócio esse índice atingiu 5,3%.
Pefomance financeira e expectativas do mercado
Apesar do cenário desafiador, o banco informou que o lucro líquido ajustado do terceiro trimestre foi de R$ 3,79 bilhões, superando a média das estimativas dos analistas, compiladas pela Bloomberg. O resultado representa uma queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, porém permaneceu estável em relação ao segundo trimestre de 2025.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco caiu 13 pontos percentuais, atingindo 8,4% no trimestre, e os analistas do mercado, como Gustavo Schroden, do Citigroup, acreditam que o período seja o ponto mais fraco do ciclo de rentabilidade do banco neste ano. “Esperamos que o terceiro trimestre represente o ponto mínimo da rentabilidade do Banco do Brasil”, afirmou Schroden em relatório.
Ações e perspectivas futuras
As ações do Banco do Brasil acumularam uma queda de 5,7% no ano, tendo um desempenho inferior aos de seus principais concorrentes. Contudo, registraram alta de 8% desde o início de setembro, após o anúncio do governo de uma nova linha de crédito destinada à renegociação de dívidas de produtores rurais. O banco disponibilizou o programa aos clientes no final de outubro, em resposta à elevação da inadimplência no setor agrícola.
De acordo com Tobias, o banco espera que esses ajustes e o aumento na provisão de perdas tenham um efeito temporário sobre seus resultados, e as perspectivas para os próximos trimestres permanecem cautelosas, apesar da recuperação parcial das ações desde o início de setembro.
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