O Diário Oficial da União trouxe um anúncio inusitado: entre os dias 11 e 21 de novembro, a capital do Brasil será transferida para Belém. Em um movimento que reforça seu comprometimento com a temática ambiental, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter levado a Lei 15.251 a sério, tendo levado 28 ministros para participar ativamente da Conferência das Partes (COP30), que discute questões cruciais para o futuro do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
O papel de Lula na COP30
Em meio a um cenário de campanha aberta para reeleição, Lula apostou alto na conferência amazônica. Durante sua estadia em Belém, ele realizou uma série de atividades que incluíram visitas a aldeias indígenas e quilombolas, além de experenciar a cultura local ao degustar açaí. O presidente também fez questão de inaugurar obras e discursar sobre a importância da preservação ambiental, chegando a fazer cinco pronunciamentos em dois dias na cúpula dos líderes mundiais.
O protagonismo de Lula no cenário global
A COP30 trouxe Lula de volta ao centro do palco internacional, onde ele voltou a pontificar como uma voz proeminente do Sul Global. Durante a conferência, o presidente defendiu a ideia de trocar a dívida de países em desenvolvimento por serviços ambientais, promovendo a criação de um fundo de preservação de florestas e cobrando dos grandes poluidores o financiamento de ações contra as mudanças climáticas. Essa postura busca não apenas reforçar seu compromisso com a causa ambiental, mas também estabelecer o Brasil como um líder global na luta contra o aquecimento do planeta.
Resultados positivos da gestão ambiental
No cenário doméstico, Lula tentou capitalizar os resultados positivos da gestão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Números recentes apontam a redução dos incêndios florestais e a menor taxa de desmatamento na Amazônia em uma década. Durante seus discursos, o presidente fez questão de comparar esses resultados com a administração do seu antecessor, que costumava tratar ambientalistas como adversários e se tornara conhecido pelo apelido “Capitão Motosserra”.
Percepção da população sobre a COP30
Uma pesquisa recente realizada pela Quaest revelou que 41% dos brasileiros acreditam que a COP30 trará resultados positivos para o Brasil, enquanto apenas 7% preveem um impacto negativo. O levantamento também mostrou que 94% da população percebe mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e secas mais prolongadas. Esses dados sugerem que a insistência em posturas negacionistas pode não ter respaldo nas próximas eleições.
O futuro político da família Barbalho
Na política paraense, a COP30 se tornou um ativo importante para a família Barbalho. O governador Helder Barbalho, que foi reeleito com 70% dos votos, agora desfruta de uma fase de projeção nacional. A conferência despertou expectativas de mudanças nas eleições de 2026, com Jader Barbalho, patriarca do clã, planejando se aposentar, mas outros membros da família se preparando para candidaturas ao Senado, à Câmara e à Assembleia Legislativa.
O legado da COP30
Um dos grandes desafios que resta ao governo é convencer os eleitores de que a COP30 deixará um legado duradouro. A história mostra que grandes eventos internacionais nem sempre resultam em mudanças permanentes, o que provoca desconfiança em parte da população. A capacidade de Lula e de seu governo em transformar a boa vontade em ações concretas será posta à prova nos próximos meses.
Assim, a COP30 não é apenas uma conferência ambiental; é, acima de tudo, uma oportunidade para Lula reafirmar sua posição no cenário político e internacional, ao mesmo tempo que tenta ser um catalisador de mudanças positivas para o Brasil e o mundo. O desdobramento dos acontecimentos em Belém nos próximos dias será crucial para a trajetória do presidente e o futuro do país no que diz respeito às questões ambientais.



