Belém – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em seu discurso na abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) que é hora de impor uma “nova derrota aos negacionistas”. O evento, que ocorre em Belém, traz à tona questões essenciais sobre o clima e a responsabilidade dos países em relação ao meio ambiente, assim como destaca a tensão entre as nações que financiaram conflitos, mas não se comprometem a participar ativamente na jornada pela preservação ambiental.
A COP30 e seu significado
Lula enfatizou que a COP30 será a “COP da verdade”, ressaltando que, em tempos de desinformação, ações e discursos de negativismo ameaçam os avanços já conquistados na luta pela justiça climática. Ele criticou a proliferação de fake news e o controle de informações nas plataformas digitais, apontando que esses fatores têm alimentado a cultura do ódio e do medo.
“No tempo da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só a existência da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, declarou Lula durante seu pronunciamento.
A batalha contra a desinformação
O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, está enfrentando uma verdadeira batalha contra as grandes plataformas digitais, conhecidas como big techs. A regulação das redes sociais passou a ser uma prioridade do Planalto, cuja preocupação se concentra nas potenciais intervenções que essas empresas podem ter em períodos eleitorais. Contudo, essa proposta enfrenta severa resistência no Congresso, especialmente por parte das bancadas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Precisamos de um ambiente digital que promova a verdade e não a desinformação”, acrescentou o presidente, deixando claro que a luta contra os negacionistas inclui não apenas os que negam a ciência climática, mas também aqueles que disseminam informações falsas e destrutivas nas redes.
Provocações a nações financiadoras de guerras
No mesmo discurso, Lula não hesitou em criticar países que, apesar de financiar guerras, não têm se comprometido com ações significativas em defesa do meio ambiente. Ele se referiu especificamente aos Estados Unidos, sinalizando que nações que enviaram enormes pacotes financeiros ao conflito na Ucrânia devem reconsiderar suas prioridades, especialmente quando se trata de preservar a Terra.
Segundo dados do Instituto Kiel, think tank alemão que monitora o apoio internacional, os EUA financiaram até agora cerca de US$ 130,6 bilhões ao conflito, uma quantia considerável que poderia, em tese, ser revertida para ações climáticas. “Enquanto o mundo se compromete a cuidar do clima, algumas nações desviam suas atenções e recursos para guerras”, comentou Lula.
O impacto da COP30 no Brasil e no mundo
A COP30 não é apenas um fórum internacional; ela também representa uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua posição no cenário global como líder em questões ambientais. O país, que possui uma rica biodiversidade e é casa de uma das maiores florestas tropicais do mundo, desempenha um papel crucial nos coletivos mundiais de preservação ambiental. Durante o evento, esperam-se discussões sobre financiamentos sustentáveis, regulamentações ambientais e cooperação internacional para lidar com as mudanças climáticas.
A participação ativa de Lula e sua retórica contra os negacionistas são um passo significativo para que o Brasil reestabeleça sua imagem como guardião ambiental. No entanto, a verdadeira mudança só aconteceria com um comprometimento sincero, tanto do Brasil quanto de outras nações, para reverter os danos já causados ao planeta.
Em conclusão, a COP30 se apresenta como um marco não só para a luta climática, mas também para a reafirmação do multilateralismo em tempos de desinformação e polarização. O desafio é grande, mas como Lula afirmou, é inegociável: “Devemos vencer essa batalha pela verdade e pela preservação”.


