Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Ministro Moraes vota para manter condenação de Bolsonaro a 27 anos

Decisão sobre embargos de Bolsonaro se aproxima; pena pode ser cumprida em regime domiciliar.

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de ser o líder de uma organização criminosa que tentou desestabilizar as instituições democráticas brasileiras, está em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, se manifestou a favor da manutenção da condenação de 27 anos e três meses de prisão imposta a Bolsonaro, destacando a gravidade das ações realizadas em 8 de janeiro de 2023. Até o dia 14 de novembro, os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia também devem se pronunciar sobre os embargos de declaração apresentados pela defesa do ex-presidente.

O que são embargos de declaração?

Os embargos de declaração são um tipo de recurso utilizado para esclarecer dúvidas, omissões ou contradições em uma sentença. No caso de Bolsonaro, a defesa alega que não houve provas concretas que indicassem sua participação nos eventos daquele dia. Entretanto, Moraes refutou esse argumento, afirmando que a atuação do ex-presidente foi amplamente comprovada e evidenciada nas ações golpistas.

O papel de Bolsonaro na organização criminosa

O ministro Moraes enfatizou que Bolsonaro não apenas participou, mas atuou como líder de uma organização criminosa visando a ruptura do Estado democrático. O relator mencionou que os atos realizados em 8 de janeiro se constituíram em “mais uma etapa delitiva” da organização armada. Para ele, ficou claro que a tentativa violenta de depor o governo legitimamente constituído foi parte de um plano mais amplo que envolvia a desestabilização das instituições.

Respostas aos argumentos da defesa

Entre os principais pontos levantados pela defesa está a alegação de “desistência voluntária” – a ideia de que Bolsonaro teria desistido do crime no meio da execução. Contudo, o relator rejeitou essa tese, ressaltando que as ações foram claras e que a defesa já tinha sido levada em consideração anteriormente. Moraes destacou que o acórdão pautou-se em evidências robustas que indicam a responsabilidade do ex-presidente.

O questionamento sobre a pena

A defesa de Bolsonaro também questionou os 27 anos e três meses de pena, tentando argumentar a favor da inocência do ex-presidente com base no voto do ministro Luiz Fux, que foi o único a votar pela absolvição. Ao examinar esses pontos, Moraes esclareceu que não houve qualquer omissão no cálculo da pena e que as circunstâncias judiciais são amplamente desfavoráveis ao ex-presidente.

Próximos passos no julgamento

Após a análise dos embargos de declaração, Bolsonaro ainda pode apresentar embargos infringentes, um segundo recurso, embora a jurisprudência do STF indique que isso só é válido se houver votos pela absolvição. No caso do ex-presidente, apenas um voto pela inocência foi registrado. Esse processo pode resultar na determinação de como Bolsonaro cumprirá sua pena, podendo ser em regime domiciliar devido a problemas de saúde ou em uma unidade militar.

Implicações futuras

A situação de Bolsonaro se complica ainda mais, pois ele já se encontra em prisão domiciliar por outro caso — a investigação sobre sua relação com ações de seu filho, Eduardo Bolsonaro, para coagir o sistema judiciário. A decisão sobre o cumprimento da pena pode ter impactos significativos na política brasileira, especialmente em um cenário já sensibilizado pelas divisões ideológicas recentes.

Com o julgamento avançando, o futuro do ex-presidente ainda é incerto. A decisão do ministro Moraes foi um passo importante, mas ainda há um caminho a percorrer até que a situação jurídica de Bolsonaro seja totalmente resolvida.

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