A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teve um momento inusitado nesta quinta-feira (6/11) quando o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) surpreendeu a todos ao colocar para tocar a música “Velocidade da Luz”, do grupo carioca de pagode Revelação. A sessão contou com a presença do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, o que tornou o episódio ainda mais emblemático em meio às frequentes discussões sobre as práticas do governo anterior.
Música como mensagem política
Durante seu tempo de fala na CPMI, Pimenta aproveitou a oportunidade para fazer uma provocação à oposição, afirmando que a música seria uma homenagem a todos aqueles que, segundo ele, pedem desculpas e são reabilitados. O refrão da canção, que diz “Todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar”, ressoou fortemente no ambiente carregado de tensões políticas. A escolha da música não foi casual; ela se tornou uma metáfora para ilustrar a fragilidade das políticas públicas implementadas anteriormente, especialmente em relação à Previdência.
A atitude do deputado tem gerado repercussão e divide opiniões, mas Pimenta está decidido a chamar atenção para o que considera serem as falhas graves que ocorreram no sistema previdenciário durante a gestão de Bolsonaro. Ele pontuou que as normas da Previdência Social foram “afrouxadas”, o que, na visão dele, resultou em descontos indevidos para aposentados e pensionistas, um dos principais focos de investigação da CPI.
Crítica ao governo Bolsonaro
Em seu discurso, Pimenta reforçou que a situação no INSS se deteriorou a partir de 2019, quando diversas mudanças nas regras previdenciárias foram implementadas. “O povo brasileiro já entendeu por que esse esquema virou o que virou, esse monstro que virou, porque foi permitido, principalmente a partir de 2019, que todas essas mudanças tenham acontecido”, declarou. A crítica direta às políticas do governo anterior foi uma constante na fala do deputado, que busca justificar a necessidade das investigações atuais.
O escândalo no INSS
- O escândalo do INSS foi trazido à tona em uma série de reportagens feitas pelo Metrópoles desde dezembro de 2023.
- As investigações revelaram que a arrecadação das entidades com os descontos de mensalidade de aposentados alcançou R$ 2 bilhões em um ano, levantando sérias suspeitas sobre fraudes nas filiações de segurados.
- Essas denúncias levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal e alimentaram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU), culminando em uma vasta operação contra as irregularidades.
- A Operação Sem Desconto, que se iniciou em abril deste ano, resultou na demissão de figuras-chave, como o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Com o tom descontraído, mas incisivo, o deputado Paulo Pimenta trouxe à CPMI um pouco da cultura popular brasileira, ao mesmo tempo em que não deixou de lado a seriedade das questões que envolvem a previdência dos cidadãos brasileiros. A escolha musical, portanto, reflete não apenas uma crítica ao passado, mas também um convite à reflexão sobre o futuro das políticas sociais no país.
Assim, a curtíssima apresentação musical na CPI do INSS se tornou mais do que um momento de descontração: foi um lembrete do papel que a política deve ter na vida dos brasileiros e das consequências das decisões tomadas por aqueles que estão à frente do Governo.
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