Zohran Mamdani, representante da Assembleia Estadual de Nova York e candidato pelo Partido Democrata, conquistou a prefeitura da cidade nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025, com 50,4% dos votos. Com 75% das urnas contabilizadas até 21h42, ele derrotou o ex-governador Andrew Cuomo, que obteve 41,3%, e o apresentador Curtis Sliwa, que ficou em terceiro lugar com 7,5%.
Primeiro prefeito muçulmano da história de Nova York
Mamdani, de 34 anos, será empossado em 1º de janeiro de 2026, sucedendo o prefeito reeleito, Eric Adams, que suspendeu sua campanha de reeleição em setembro passado. Sua vitória representa um marco para a diversidade religiosa na cidade.
Pautas progressistas na campanha de Mamdani
Durante sua campanha, Mamdani manifestou apoio à ideologia de gênero, propondo alocar US$ 65 milhões para tratamentos hormonais e cirurgias. A iniciativa é uma resposta ao decreto de Donald Trump, que restringiu o financiamento federal para procedimentos de transformação de gênero em menores.
Além disso, anunciou a criação de um “órgão de assuntos LGBTQIA+” e pretende declarar Nova York uma cidade santuário para esse grupo. Como deputado, também apoiou um projeto de lei que proíbe investigações realizadas por autoridades de outros estados contra profissionais de saúde que oferecem tratamentos hormonais a menores.
Defesa do aborto e assistência à maternidade
O futuro prefeito promete ampliar as verbas municipais destinadas ao Fundo de Acesso ao Aborto de Nova York e ao Centro de Apoio ao Aborto. Mamdani também criticou centros de gravidez pró-vida, acusando-os de espalhar “informações falsas e enganosas”.
Esses centros têm sido alvo de ações judiciais contra legislações que, segundo eles, censuram sua atuação.
Outra proposta é a implementação do “cesto do bebê”, uma iniciativa que fornecerá recursos como fraldas, lenços umedecidos, absorventes para pós-parto e livros, ao custo estimado de menos de US$ 20 milhões anuais.
Compromissos com imigração e políticas sociais
Mamdani planeja interromper a cooperação do município com o Immigration and Customs Enforcement (ICE), evitando usar recursos públicos para fazer cumprir leis de imigração. O projeto inclui US$ 165 milhões para apoiar defesas jurídicas de migrantes ameaçados de deportação.
Outra prioridade é a moratória nos aluguéis de residências sob estabilidade de preço, além da isenção de tarifas nas linhas de ônibus municipais. Ele também pretende estabelecer supermercados públicos com preços baixos e oferecer creches gratuitas às famílias, além de elevar o salário mínimo para US$ 30 até 2030.
Fontes de receita e críticas
Para custear suas propostas, Mamdani sugere aumentar o imposto corporativo estadual de 7,5% para 11,5% e aplicar uma taxa adicional de 2% sobre quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Estima arrecadar US$ 9 bilhões com essas medidas, embora haja críticas à viabilidade dessas receitas.
Especialistas, como Roberto Santos, do Instituto de Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, questionam essas projeções de arrecadação.
Tyler Arnold é repórter da Catholic News Agency, baseada em Washington. Com experiência em diversos veículos, publica trabalhos nas áreas de política, religião e sociedade.
